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Lula diz que negocia com partidos, não centrão: ‘Sem maioria, você se mata’

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta terça-feira (11) que não negocia com o centrão, mas com partidos e disse que apoio é essencial para a sustentação do governo. “Sem maioria, você se mata”, afirmou.

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De acordo com o G1, a declaração foi durante uma nova edição do “Conversa com o Presidente”, transmissão semanal feita nas redes sociais do petista. Na “live”, Lula também comemorou o avanço da agenda econômica do governo no Congresso e disse que espera a aprovação da reforma tributária até o fim do ano.

O presidente voltou a afirmar que as aprovações no Congresso demandam negociação do governo para absorver as propostas do poder legislativo.

“Às vezes, um cara apresenta uma sugestão em uma medida provisória ou projeto de lei melhor do que aquela que o governo apresentou”, disse. “Não é a política do dando que se recebe que todo mundo fala.”

Na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária, aprovada na Câmara na semana passada, o governo decidiu negociar a partir de propostas que já tinham sido apresentadas no Congresso, ao invés de enviar um projeto próprio de reforma.

Segundo Lula, o Executivo está aberto a discutir com os partidos que compõem o centrão, mas que a negociação será feita no varejo, com cada legenda. “O centrão não é um partido político, ele se junta em função de determinadas coisas, mas habitualmente você negocia com partido.”

O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, já disse que o governo está aberto a novas composições, aceitando ceder espaços no governo federal para outros partidos políticos.

Agenda econômica

Lula comemorou as votações favoráveis ao governo na Câmara na última semana. O presidente disse que espera o fim da análise do texto da reforma tributária no Congresso até o fim do ano, e afirmou que o Brasil não pode “perder essa oportunidade”.

“As pessoas querem que a economia cresça”, disse. “É isso que estamos tentando construir, reduzindo a capacidade de pagamento de imposto, mas aumentando a quantidade de pessoas que vão pagar. O governo pode cobrar menos, mas arrecadar mais, porque tem mais gente pagando e a gente então inibe a sonegação.”

Lula também comemorou a aprovação da MP do Carf na Câmara. Com a medida, o governo volta a ter resultado favorável em caso de julgamentos no órgão. Com isso, a expectativa é que haja aumento na arrecadação.

“O Carf era uma negociação entre os devedores de imposto e a Fazenda. Só que quando dava empate, o patrão ganhava, o sonegador ganhava. Nós então resolvemos que não”, afirmou. “O governo tem que ganhar, não só perder.”

“Eu estou feliz porque foi uma semana muito importante para o Brasil. Não foi importante para o governo, foi importante para o Brasil”, disse Lula. “Espero que o Senado repita a votação da Câmara e espero que a gente chegue no fim do ano com uma política tributária nova.”

Foto: Evaristo Sá.

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