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Dólar sobe e volta a fechar em R$ 5, após indicação de Galípolo para a diretoria do Banco Central

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (8), com investidores repercutindo a indicação de Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para a diretoria de política monetária do Banco Central. As novas projeções de inflação apresentadas no Boletim Focus também ficaram no radar.

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Ao final da sessão, a moeda americana subiu 1,38%, cotada a R$ 5,0114. Na máxima do dia, alcançou os R$ 5,0174. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira, o dólar teve queda de 0,98%, aos R$ 4,9431. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:

-Alta de 1,38% na semana;
-Ganhos de 0,48% no mês;
-Baixa de 5,05% no ano.

No mercado acionário, o Ibovespa subiu 0,85% na sessão desta segunda-feira (8), alcançando o nível dos 106 mil pontos.

O que está mexendo com os mercados?

O principal destaque desta segunda-feira (8) ficou com o anúncio dos dois nomes indicados pelo governo para as diretorias do Banco Central. No final da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que Gabriel Galípolo, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, foi indicado para ocupar o cargo de diretor de política monetária da autarquia.

Já para o cargo de diretor de fiscalização, o indicado é o servidor da autarquia Ailton Aquino dos Santos. Os dois nomes ainda precisam passar por sabatina no Senado Federal antes assumirem as posições no BC. Caso Galípolo seja aprovado no Senado, Dario Durigan deverá assumir seu posto como novo nº 2 da Fazenda.

Segundo economistas consultados pelo g1, Galípolo foi visto pelo mercado como um “enviado do governo federal” e a expectativa é que sua presença no Comitê de Política Monetária (Copom) traga uma condução mais branda da política monetária e pressione por uma queda dos juros.

Com uma agenda de indicadores esvaziada, as atenções também se voltaram para o Boletim Focus, que reúne a média das expectativas de economistas do mercado para os principais indicadores econômicos do país.

As projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação oficial, tiveram uma queda, passando de 6,05% na semana passada para 6,02% nesta semana.

Apesar da baixa, as projeções continuam indicando uma inflação bastante acima da meta do Banco Central do Brasil(BC) em 2023. A meta para este ano é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,25%.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) BC manteve a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano, numa tentativa de reduzir a pressão inflacionária no país.

Sobre essa decisão, ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar o presidente do BC, Roberto Campos Neto. Lula disse que Campos Neto “não tem compromisso com o Brasil”, mas sim “com quem gosta de taxa juros alta”.

No exterior, a semana começa com as expectativas para a divulgação da inflação nos Estados Unidos na quarta-feira (10).

Se a inflação der sinais de que continua muito pressionada, isso pode levar a uma expectativa de novas altas nos juros do país, o que favorece o dólar ante ativos considerados de risco, como o mercado de ações e as moedas de países emergentes, caso do real.

Também na semana passada, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) elevou suas taxas de juros em 0,25%, entre 5,00% e 5,25% ao ano, o maior patamar desde 2007.

Além disso, na quinta-feira (11), o Banco da Inglaterra se reúne para decidir sobre o rumo da taxa de juros no Reino Unido.

Foto: Reprodução Google.

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