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Dia Mundial do Gato: mitos e verdades sobre os felinos

O Dia Mundial do Gato é comemorado nesta sexta-feira (17). Segundo pesquisa do Instituto Pet Brasil, a população de felinos criados em casa foi a que registrou maior crescimento no Brasil entre 2020 e 2021: 6%.

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O índice está acima do aumento dos cães, que ficou em 4%. De acordo com último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem aproximadamente 22,1 milhões de gatos nas casas do Brasil.

Adorados por uns, mas não tanto por outros, os gatos têm particularidades que devem ser levadas em consideração por seus tutores. Pensando nisso, o g1 conversou com especialistas que, além de mostrarem curiosidades sobre os felinos, contam o que é verdade e o que é mito sobre os bichanos.

1) Gatos odeiam água

Mito. Essa crença foi internalizada por muitas pessoas e até representada em filmes e desenhos animados. A médica veterinária Thalita Ramos explica que os felinos não odeiam água, e alguns até gostam. No entanto, ela ressalta que banhos não são recomendados.

“Sempre temos que lembrar que felinos são caçadores, seres dominantes. Por isso, quando a gente fala para não dar banho em gatos, é por conta dos cheiros que contém nos shampoos que utilizamos. Eles tiram uma das principais características do felino: o cheiro. Isso faz com que o felino se estresse bastante. Além do mais, gatos não precisam tomar banho porque são seres extremamente higiênicos”, diz a veterinária.

2) Gatos não podem ser adestrados

Mito. O gato pode sim ser adestrado, mas a motivação dele é bem diferente comparado à de um cachorro, explica Humberto Martins, médico veterinário especializado em comportamento felino.

” Geralmente o adestramento do gato é voltado para treinamentos funcionais, ou seja, vamos acostumar o gato a situações do dia a dia como cortar unha, entrar na caixa de transporte e visitar o veterinário. Mas é possível ensinar um gato a sentar, dar a patinha e outros comandos”, diz Humberto.

3) Castração pode deixar os gatos mais gordinhos

Mito. A castração não tem o poder de engordar o animal, apenas causa algumas alterações fisiológicas e comportamentais.

“O que acontece é que, na castração, nós retiramos o estímulo do animal de se reproduzir. Logo, o macho não vê a necessidade de correr atrás de fêmeas no cio, ou no caso das fêmeas, atrás de gatos machos. Com a falta de estímulo, e se o tutor não tem costume de cuidar com a quantidade de ração ou não estimula esse animal a brincar, ele pode ficar mais gordinho. Lembrando que a obesidade é um problema sério e pode levar a outras doenças”, explica Thalita.
A veterinária diz que a ração para gatos castrados tem um teor menor de gordura para tentar evitar o aumento de peso.

4) Gatos não são tão fiéis ou companheiros quanto os cachorros

Parte verdade, parte mito.

“Comparando com os cães, sim, os gatos no geral são menos companheiros. Mas isso não significa que os gatos não possam ser companheiros, carinhosos e outros adjetivos relacionados. Mas é fato que os cães, por todo o seu processo de domesticação, têm essa maior capacidade, eles foram domesticados para isso. Já o gato teve uma domesticação totalmente diferente, o que preservou muitas características comportamentais selvagens, dentre elas, ser um animal um pouco mais reservado”, diz o veterinário Humberto Martins.

5) Miar e ronronar são as formas que o gatinho tem para se comunicar com o seu tutor

Verdade. Especialistas explicam que gatos são, geralmente, silenciosos, mas aprenderam a usar o miado para se comunicar com os humanos.

“Muitos gatos aprendem que miar é uma forma de serem atendidos. Contudo, outros gatos raramente miam. A principal forma que o gato tem para se comunicar com o tutor é através das expressões faciais e corporais, que apesar de serem sutis, pode nos dizer exatamente o que o gato está sentindo ou querendo”, conta Humberto.
Outro fato curioso é que, segundo Thalita, gatos geralmente não miam entre si, mas para os humanos, solicitando carinho, alimento ou brincadeiras. Já o momento do ronronar pode acontecer quando eles se sentem mais relaxados.

“Quando se sentem bem no ambiente, ou quando emitem sinais de cautela. Existem gatos que ronronam quando estão com dor, é necessário observar bem os sinais que o felino apresenta para entender porque está ronronando”, diz a veterinária.

Outras curiosidades

A médica veterinária Glaucia Ferracioli, especialista em felinos há 14 anos, lista outros fatos curiosos sobre os gatos:

-Os gatos possuem cerdas na língua que servem para ajudar na autolimpeza, além de remover os pelos mortos e captar o alimento
-Os gatos passam 50% do tempo se lambendo; além da autolimpeza, tal hábito ajuda os felinos a se resfriarem e manter a temperatura corporal
-Felinos são animais noturnos, ou seja, o ciclo biológico consiste em dormir durante o dia e ficar acordado durante a noite
-Quando estão doentes, os gatos tendem a se esconder tutor e parar de se lamber
-O hábito de ronronar vale tanto para momentos de conforto do gato, quanto para demonstrar sofrimento

Fã de gatos

A acupunturista Vanessa Conterato cria 12 gatos. Ela conta que, antes, pegava cachorrinhos de rua para cuidar, mas depois que deu uma chance para os felinos, se apaixonou.

Por causa de sua fama de “gateira”, os vizinhos que encontram gatos na rua passaram a procurar Vanessa para ajudar a castrar e cuidar.

“Eles são extremamente carinhosos comigo, são muito amáveis, só que eles sabem exatamente como respeitar o espaço de cada um. Essa é a diferença. O cachorro é carente de amor, ele se joga, ele quer. O gatinho não, o gatinho ele respeita o seu espaço. E faz aquilo da melhor forma possível sem interferir muito. Mas eles são extremamente carinhosos e amorosos”, diz Vanessa.

Café com gatinhos

Para Márcia Mendonça, o amor pelos gatos se refletiu na criação de um espaço que une o aconchego do café com a interação com os felinos. No My Cat Space, localizado na Asa Norte, os amantes de gatos podem desfrutar de um tempo de qualidade com os bichanos enquanto se deliciam com um café.

Além disso, os gatinhos do local estão para adoção.

“Em menos de três meses, nós já doamos 89 gatinhos. Meu mais novo caso de amor, ver tantas vidas transformadas”, conta Márcia.

Foto: Reprodução Google.

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