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Mais um senador desiste de endossar criação da CPI do MEC e lista fica com 25 nomes

Após o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) retirar sua assinatura, o senador Styvenson Valentim (Podemos-AC) também desistiu de apoiar o pedido de requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar suposto esquema de corrupção no Ministério da Educação. O apoio mínimo necessário é de 27 assinaturas de senadores.

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Em justificativa, Valentim disse que assinou o documento “sem uma maior análise” e após considerar o momento eleitoral, decidiu retirar seu nome. Ele também afirmou que a CPI da Covid, conduzida no ano passado para apuração de ações e omissões do governo federal, se converteu em um “espetáculo de horrores e que nenhuma efetividade concreta se deu.”

“Não podemos permitir que num ano de eleições ocorra um julgamento parcial, da esquerda contra a direita, como de fato estava acontecendo nas últimas audiências da comissão de educação do Senado, completamente voltada para captação de votos. Assino, sim, qualquer outra CPI, mas após as eleições. Não permitirei que o povo seja usado.”, escreveu o senador.

Na sexta-feira (8), o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor do requerimento, afirmou que o documento já reunia as 27 assinaturas, número mínimo para que o pedido fosse formalizado.

De acordo com o Congresso em Foco, ao justificar sua decisão, Oriovisto alegou que uma CPI em ano de campanha poderia se converter em “palanque eleitoral”. Vale lembrar que, da CPI que apurou as ações e omissões do governo federal no ano passado, depoentes como Mayra Pinheiro e Nise Yamaguchi irão disputar o Congresso, enquanto senadores como Alessandro Vieira (PSDB-SE) passaram a mirar o comando de governos estaduais.

Com o anúncio dos parlamentares do Podemos, o documento agora reúne 25 assinaturas e ainda não poderá ser protocolado junto à Mesa Diretora do Senado. Agora a oposição tenta garantir a CPI com o apoio do senador Marcelo Castro (MDB-PI) que na sexta-feira (8) prometeu subscrever a lista.

O objetivo da CPI é investigar as denúncias de propina articulada pelos pastores evangélicos no Ministério da Educação durante a gestão do ex-ministro Milton Ribeiro. Entre os fatos determinados estão tráfico de influência, emprego irregular de verbas públicas, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, usurpação de função pública e crimes de responsabilidade.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo senador Styvenson:

Diante de tudo que já presenciei no que se refere a CPIs, como a do covid, que eu acompanhei, assinei e que se tornou um espetáculo de horrores e que nenhuma efetividade concreta se deu, mesmo depois de tudo tendo sido encaminhado ao PGR, retirei minha assinatura!

Assinei sem uma maior análise! Considerando o momento de eleição, onde a Grande maioria só está preocupada com votos, retirei meu nome.

A denúncia pode sim ter um fundo de verdade, o caso precisa e deve ser apurado, corrupção não deve passar em tempo algum, mas para isso existe controle externo, imparcial – MPF, polícia. O que não podemos permitir é que num ano de eleições ocorra um julgamento parcial, da esquerda contra a direita, como de fato estava acontecendo nas últimas audiências da comissão de educacao do Senado, completamente voltada para captação de votos. Assino, sim, qualquer outra CPI, mas após as eleições. Não permitirei que o povo seja usado.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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