Entre o combate à pandemia de covid-19 pela vacinação e o comediante norte-americano Joe Rogan – que recentemente disse mentiras a respeito da imunização – o presidente Jair Bolsonaro saiu em defesa do segundo. Na noite desta quarta-feira (2), Bolsonaro se valeu de uma mensagem em inglês para demonstrar apoio ao podcaster, que fez um discurso antivacina e a favor da Ivermectina.
“Não tenho certeza sobre o que Joe Rogan pensa sobre mim ou sobre meu governo, mas não importa”, inicia o presidente em sua mensagem. “Se liberdade de expressão significa qualquer coisa, significa que as pessoas devem ser livres para dizer o que pensam, não importando se elas concordam ou discordam conosco.”
– I’m not sure what @joerogan thinks about me or about my government, but it doesn’t matter. If freedom of speech means anything, it means that people should be free to say what they think, no matter if they agree or disagree with us. Stand your ground! Hugs from Brazil. ?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) February 3, 2022
“Fique firme, abraços do Brasil”, conclui o presidente, se valendo de uma expressão em inglês (“Stand Your Ground”) que nos Estados Unidos se refere ao conceito de um indivíduo usar força letal em caso de legítima defesa.
Segundo o portal Congresso em Foco, Joe Rogan tem um podcast exclusivo no Spotify, como parte de um acordo superior a US$100 milhões firmado em 2020. Em episódios recentes, o norte-americano tem destilado mentiras a respeito da pandemia, dizendo desde que vacinas alteram os genes da pessoa que toma a dose (o que não é verdade) e defendendo o uso de ivermectina como tratamento contra a covid-19. Tanto ele como Bolsonaro se notabilizaram pela defesa do remédio, que não possui nenhum efeito contra a doença, podendo inclusive agravar casos de pacientes.
Como forma de protesto, uma série de artistas decidiu retirar seu catálogo da plataforma, até que os conteúdos de Joe Rogan sejam retirados. A manifestação é comandada por cantores de rock como Neil Young, Graham Nash, David Crosby e Stephen Stills – que retiraram seu conteúdo da carreira solo, assim como do Crosby, Stills, Nash e Young, banda que possuíram juntos nos anos 1960. A cantora americana Joni Mitchell seguiu o mesmo caminho.
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