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Touro de Ouro da Bolsa de Valores, no Centro de SP, é alvo de protesto pelo 2º dia consecutivo

A escultura do Touro de Ouro, instalado em frente a Bolsa de Valores brasileira (B3), no Centro de São Paulo, amanheceu com novas inscrições de protesto nesta quinta-feira (18), pelo segundo dia consecutivo.

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Com tinta preta, a escultura foi marcada com inscrições como “taxar os ricos”. Em nota, o Movimento Juntos, autor da intervenção, disse que “seguiremos buscando expor a contradição entre a existência de bilionários enquanto o povo vive a procura de ossos de boi e carcaças de frango”.

Na quarta-feira (17) um grupo colou cartazes na escultura. A ação aconteceu por volta de 6h30 e levou cerca de 5 minutos. Um segurança da Bolsa tentou impedir a ação. Dez minutos depois, um caminhão da limpeza urbana passou para limpar a Rua 15 de novembro, retirando os cartazes.

Segundo o G1, os manifestantes publicaram um texto sobre a ação nas redes sociais. O protesto é contra a fome, a desigualdade social, o desemprego e a falta de oportunidade para a juventude periférica.

“Nesta semana, a Bolsa de Valores instalou a estátua do Touro de Ouro no Centro de São Paulo. O que para eles simboliza a força do mercado financeiro, para nós é um símbolo da fome, da miséria e da superexploração do trabalho. Mas, também é um lembrete de que continuaremos na luta por uma vida com dignidade. E é por isso que hoje fizemos essa ação simbólica de protesto”, afirmaram.

A escultura encomendada pela B3, inspirada no Touro de Wall Street, o centro financeiro de Nova York, representa “o otimismo e a força dos investidores” no mercado financeiro.

De acordo com os organizadores do protesto, o monumento retrata a contradição de um país que viu o Produto Interno Bruto (PIB) crescer até setembro, mas em uma expansão desigual, que deixa de fora especialmente a classe de renda mais baixa (leia mais abaixo)

Neste semestre, a alta no preço dos alimentos levou muitas famílias a buscarem itens como gordura e ossos de boi nos açougues e até em caçambas de descarte.

Ibovespa em queda

O principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, fechou em forte queda de 1,82%, aos 104.403 pontos, nesta terça-feira (16), devolvendo boa parte da alta acumulada desde o começo do mês, com as ações de Vale e Magazine Luiza entre as maiores pressões de baixa.

Com o resultado, a bolsa acumula queda de 2,63% no mês e alta de 6,01% no ano

Recordes em meio à crise

Em junho, a B3 bateu recordes e chegou a acumular oito altas consecutivas na maior série de ganhos desde 2018.

O otimismo dos mercados acompanhou uma valorização nas principais bolsas do mundo, influenciadas pelos programas de ajuda dos Estados Unidos e da Europa em meio à pandemia, que despejaram bilhões de dólares na economia global.

O Ibovespa, principal índice da B3, no entanto, não reflete o cenário econômico do país, já que a bolsa tem nas grandes companhias o grande impulso para avançar em pontuação.

Paralelamente ao otimismo dos investidores, pouco mais de 10% da população estava vacinada com as duas doses àquela altura, os pedidos de falência cresceram mais de 50% em maio, e houve queda de 0,1% no consumo das famílias devido à redução do auxílio emergencial, do aumento da inflação e do desemprego em patamar recorde de quase 15 milhões de pessoas sem ocupação.

Foto: Ronaldo Silva/Futura Press/Estadão Conteúdo

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