A Central Estadual de Transplantes da Paraíba registrou, de janeiro até julho deste ano, 123 cirurgias de transplante de córnea. Número que vem aumentando consideravelmente nos últimos meses. Entre os meses de junho e julho foram 56 transplantes realizados pela Central, o que dá uma média de aproximadamente uma cirurgia por dia.
Diego Farias, de 25 anos, mora em Campina Grande e no último dia 29 de junho passou por um transplante de córnea no olho esquerdo. Ele contou que precisou da cirurgia devido a um problema de ceratocone, doença degenerativa que deixa a córnea em formato de cone e leva o paciente à perda da visão. Agora Diego comemora o resultado.
“Passei um ano e meio na fila de espera e graças a Deus estou me recuperando, ainda em adaptação, mas já consigo enxergar bem melhor que antes. É muito importante a doação de órgãos, só sabe quem realmente precisa”, afirmou.
O aumento no número de captações ocorre graças ao ‘sim’ das famílias dos pacientes atestados com morte encefálica, após serem adotados todos os procedimentos de verificação. Porém a negativa familiar ainda é considerada alta.
“Precisamos muito da sensibilização da população no que se refere à doação, porque sabemos que só através dessa autorização familiar esses números poderão diminuir e outras pessoas terão a chance de ter uma qualidade de vida melhor”, reforçou Rafaela Carvalho, chefe do Núcleo de Ações Estratégicas da Central Estadual de Transplantes.
Em Campina Grande, no mês de julho o hospital da FAP realizou a primeira captação de córneas da história da unidade. No mês de agosto foi a vez do hospital João XXIII registrar a primeira captação do órgão. Atualmente a lista de espera por uma córnea no estado tem 359 pessoas.
“Durante a pandemia, os números de doações diminuíram em toda a Paraíba, mas agora voltam a subir e aumenta nossa expectativa em zerar a fila de espera”, afirmou Rafaela Carvalho.
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