A Paraíba vem apresentando situação de estabilidade nos casos de sífilis em 2021. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) avalia que o cenário controlado do agravo ainda pode ser um reflexo da pandemia e alerta a população para o diagnóstico precoce e tratamento em tempo oportuno.
De acordo com a chefe do Núcleo de IST/AIDS da SES, Joanna Ramalho, uma investigação foi realizada pelo Comitê Estadual de Investigação de Transmissão Vertical de Sífilis e muitos casos de sífilis congênita estão sendo descartados. Ela afirma que a tendência é que até o final do ano seja detectada uma redução. Em 2020, a Paraíba teve 356 casos confirmados. Este ano, até este mês de julho, são 259 casos.
Sobre a sífilis em gestante, Joanna Ramalho afirma que a Paraíba finalizou 2020 com 844 casos confirmados e que este ano são 463 casos. Ela explica que a estabilidade pode ser reflexo da pandemia, com a baixa procura de pré-natal. Porém, ela acredita que há uma diminuição de casos que está atrelada ao tratamento oportuno e acesso fácil ao diagnóstico.
“A redução provavelmente se deve a uma política bem desenhada de enfrentamento, em que está sendo ofertado o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno, quebrando a cadeia de transmissão. Quanto mais a gente trata a população, quanto mais a população tem acesso ao diagnóstico e acesso ao tratamento, a cadeia de transmissão tende a reduzir”, pontua.
A chefe do Núcleo de IST/AIDS reforça que a rede de atenção à pessoa com sífilis na Paraíba é organizada. O Estado adquire insumos de prevenção e abastece todos os 223 municípios, além de ter uma rede de diagnóstico na Atenção Básica (AB) em que todas as Unidades Básicas de Saúde ofertam o teste rápido para a infecção, que é um exame de triagem, e os exames complementares de VDRL, que é o laboratorial. Por meio de recomendação do Ministério Público, os profissionais de saúde podem prescrever a penicilina benzatina que é a medicação apropriada para prevenir a sífilis congênita.
Joanna Ramalho lembra também que a prevenção da transmissão vertical, ou seja, da gestante para o feto, é feita por meio de um pré-natal de qualidade para ter um tratamento oportuno e assim evitar que a criança nasça com a sífilis congênita.
Sífilis – Infecção sexualmente transmissível, a sífilis pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). A primeira etapa envolve uma ferida indolor nos órgãos sexuais ou na boca. Após a cura da ferida inicial, a segunda fase é caracterizada por uma irritação na pele. Depois, não há sintomas até a fase final, que pode ocorrer anos mais tarde e pode resultar em danos para cérebro, nervos, olhos ou coração. O agravo tem cura e é tratado com penicilina benzantina, disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde.
Foto: Cesar Lopes.