Saúde alerta sobre a importância da investigação laboratorial das doenças causadas por mosquito

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) fez um alerta sobre a importância da investigação laboratorial das doenças causadas por mosquito, em especial dengue, zika e chikungunya. O diagnóstico desses agravos vem sendo ofertado pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB) aos 223 municípios da Paraíba de maneira ininterrupta.

A investigação laboratorial é fundamental para a identificação dos sorotipos virais circulantes em cada município. O vírus da dengue, por exemplo, pode ser classificado em quatro sorotipos, a depender de sua gravidade, sendo conhecidos como: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. A detecção precoce do sorotipo circulante é relevante para o sistema de vigilância da dengue, além de ser um norte para a gestão no sentido de desencadear ações das vigilâncias ambiental e epidemiológica. Além das arboviroses, outras doenças causadas por mosquitos também podem ser identificadas pelo Lacen, como a malária, filariose, leishmaniose, doença de Chagas pelo barbeiro e outras doenças parasitárias.

De acordo com o diretor geral do Lacen-PB, Bergson Vasconcelos, em setembro de 2020, a metodologia molecular para o diagnóstico das arboviroses e outros vírus respiratórios foi implantada no Lacen-PB. Isto possibilitou a realização dos diagnósticos no próprio estado, sem a necessidade do encaminhamento das amostras aos centros de referências nacionais. Ele explica que, para atender aos diagnósticos laboratoriais de dengue, é necessário que sejam coletadas amostras de sangue, soro e plasma, seguindo os fluxos já estabelecidos para envio ao Lacen-PB.

“Para a realização da metodologia molecular, as amostras de soro ou líquor devem ser coletadas até o 5º dia do início dos sintomas. Caso a coleta seja realizada após o 6º dia do início dos sintomas, a metodologia indicada é a sorologia”, pontua.

Observando uma série histórica dos períodos pré-pandêmico, pandêmico e atual, levando em consideração as metodologias de diagnóstico, é possível encontrar o seguinte cenário:
Em 2019, ano pré-pandemia: Zika (sorologia) = 1.211 testes / Zika (biologia molecular) = 524 testes; Dengue (sorologia) = 3.303 testes / Dengue (biologia molecular) = 512 testes; Chikungunya (sorologia) = 2.546 teste / Chikungunya (biologia molecular) = 553 testes

Em 2020, primeiro ano com pandemia: Zika (sorologia) = 2.141 testes / Zika (biologia molecular) = 313 testes; Dengue (sorologia) = 3.413 testes / Dengue (biologia molecular) = 302 testes; Chikungunya (sorologia) = 3.907 testes / Chikungunya (biologia molecular) = 301 testes.

Primeiro semestre de 2021: Zika (sorologia) = 2.540 testes / Zica (biologia molecular) = 211 testes, todos não detectados; Dengue (sorologia) = 3.221 testes / Dengue (biologia molecular) = 220 testes, destes 42 detectados (02 casos Tipo I e 40 casos Tipo II); Chikungunya (sorologia) = 3.490 testes / Chikungunya (biologia molecular) = 214 testes, destes 50 casos detectáveis.

Segundo Bergson Vasconcelos, é possível observar que no 1º semestre de 2021 já foram realizados 96% do total dos exames para as arboviroses do ano de 2020. Ele reforça que o Lacen-PB segue firme e alerta em promover a vigilância laboratorial da Paraíba e encontra-se pronto para adequar os fluxos de trabalho de maneira a atender as demandas do cenário epidemiológico sinalizado pelas entidades de saúde pública.

Foto: Francisco França.