A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou uma audiência pública, na tarde desta terça-feira (15), em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa. O debate também teve como objetivo discutir a reinserção do idoso na sociedade pós-pandemia da Covid-19. O evento foi proposto pelo deputado Jutay Meneses.
Jutay ressaltou que os idosos, entre as muitas dificuldades que enfrentam nos dias atuais, sofrem com a evolução das constantes tecnologias, que, segundo ele, evidenciam desafios e perspectivas da Terceira Idade. Ele lembrou que recente estudo apontou que 72% das pessoas idosas – que somam mais de 30 milhões de brasileiros, nunca utilizaram um aplicativo e 62% nunca fez uso de redes sociais.
“As mudanças impostas pela pandemia, seja para pagar uma conta, para comprar uma refeição, solicitar um atendimento num órgão público, ou para se comunicar com os familiares e amigos, forçam o idoso a lidar com uma tecnologia que, convenhamos, é um verdadeiro monstro para alguns até mais jovens”, observou.
Já a deputada Estela Bezerra destacou que a questão da pessoa idosa é muito importante, “porque uma civilização que não preserva a sua memória e não respeita os mais velhos não tem uma perspectiva de equilíbrio e de vida sustentável”. A parlamentar lembrou que os idosos chegam a ser vítimas de violências física e psicológica dentro da sua própria casa.
“Os grandes centros urbanos criam verdadeiros obstáculos para que os idosos saiam de casa para fazer qualquer atividade. O idoso que ainda pode se locomover corre o risco de se acidentar e não ter qualquer tipo de socorro ou solidariedade necessária dentro de um percurso urbano”, destacou.
O deputado federal Sérgio Silva, do Republicanos/PE, que é o 1º Vice-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara Federal, disse que estão acontecendo avanços nas questões direcionadas às pessoas da terceira idade, mas que ainda são tímidas, no seu entendimento.
“Temos que avançar ainda muito mais, porque temos muitas leis no nosso país, mas, infelizmente, poucas são de fato executadas. Poucas leis trazem resultados verdadeiramente benéficos para a vida da população”, disse.
A luta a favor da pessoa idosa, conforme o parlamentar, “não de ontem, não é de hoje, não é de agora. É de muito tempo. Entretanto, eu fico feliz, porque há algum tempo não existiam eventos como este que ora participamos, para debater esse assunto, para trazer à tona esse tema. Eu costumo dizer que no Brasil não se tem uma cultura de cuidar do idoso. O idoso no país, infelizmente, ainda é descartável”, lamentou.
“Me chama atenção uma problemática em que muitos idosos não têm documentos. É uma situação recorrente e a Defensoria Pública enfrenta uma saga para resolver situação como essa”, disse a promotora de Justiça, Monalisa Montenegro . A promotora pediu a atenção dos deputados para a criação de uma propositura que possa agilizar a documentação da população, principalmente dos idosos, sem burocracia. Ela afirmou que a Defensoria Púbica tem um coordenadoria em favor dos idosos e vem atuando durante a pandemia para ajudar a melhorar a vida dessas pessoas.
O Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa foi oficialmente reconhecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 2011, após solicitação da Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos (INPEA), que estabeleceu a comemoração em junho de 2006. Representa um dia do ano em que o mundo inteiro manifesta sua oposição aos abusos e sofrimentos infligidos a algumas de nossas gerações mais velhas.
Ainda participaram da audiência pública os deputados Janduhy Carneiro e Jeová Campos, o vereador da Capital Bispo José Luiz, além de representantes de órgãos e instituições que tratam do assunto.
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