Um encontro inesperado entre os deputados Eduardo Bolsonaro e Junior Bozzella, ambos do PSL de São Paulo, no aeroporto de Congonhas, terminou com o registro de um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Estado de São Paulo. Segundo Bozzella, o filho do presidente Jair Bolsonaro o teria ameaçado de morte durante o desembarque de um voo que trazia ambos de Brasília. Já segundo o “zero-três”, como é conhecido Eduardo, o que houve foi um encontro casual que deu errado.
Bozzella, hoje vice-presidente nacional do PSL, faz parte de uma ala no partido que antagoniza com o grupo mais próximo ao presidente Jair Bolsonaro. Tal divisão é percebida na Câmara, onde deputados como o presidente nacional do partido, Luciano Bivar (PSL-PE) e Joice Hasselmann (PSL-SP) têm perfis mais críticos ao presidente, contrastando com figuras no mesmo partido como Carla Zambelli (PSL-SP) e Bibo Nunes (PSL-RS).
A animosidade entre estes grupos teria evoluído para a ameaça, segundo Bozzella. Em uma entrevista ao site ‘O Antagonista’, o deputado representante da baixada santista disse que foi surpreendido no desembarque do voo por ameaças de morte. “Pessoas que presenciaram o momento afirmaram que ele disse que me mataria se tivesse uma faca”, disse Bozzella.
Eduardo Bolsonaro negou que o encontro teria ocorrido assim, e foi à polícia paulista expor sua versão dos fatos.
Para Eduardo, tudo não passa de invencionice de seu colega parlamentar. Ao desembarcar no aeroporto, ele teria visto Bozella e tentado cumprimentá-lo, sendo prontamente ignorado. “A vítima recusou-se a fazê-lo em razão de divergências passadas”, declarou Bolsonaro à Polícia Civil. O parlamentar também disse à polícia estranhar que não houvessem testemunhas ou filmagens que comprovassem uma ameaça.
Para Bozzella, caso revela terrorismo bolsonarista
Ao Congresso em Foco, Bozzella disse que a manifestação de Eduardo Bolsonaro busca alterar os fatos. “Eles usam deste expediente para poder inverter as atitudes deles”, disse. O deputado não se revelou surpreso com a decisão de seu desafeto de ir à delegacia pelo ocorrido.
Bozzella credita a suposta ameaça à sua ação contra o chamado “gabinete do ódio” em São Paulo, que seria comandado por Bolsonaro e seus apaniguados na Assembleia Legislativa do estado (Alesp).O deputado também se mostrou irritado porque o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), teria retirado sua escolta. “E está tudo documentado. Ele retirou minha escola por que? Só porque eu apoiei o Balei Rossi?”, questionou o deputado.
“Não é porque o deputado Eduardo Bolsonaro foi eleito com dois milhões de votos que ele está acima da lei, que ele fique dando senha para que a sociedade se revolte contra A,B,C,D ou F, para que este possa ser agredido no meio da rua. Eu tenho família, tenho esposa, pai, mãe e irmãs, então precisamos dar um basta neste terrorismo imposto pelos bolsonaristas.”
O Congresso em Foco buscou o gabinete de Eduardo Bolsonaro, mas não obteve retorno. O espaço permanece livre para manifestação.
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