Funcionários do BB (Banco do Brasil) fazem paralisação nesta 4ª feira (10.fev.2021) contra as medidas de reestruturação da instituição, que incluem a demissão de mais de 5.500 pessoas e o fechamento de agências.
De acordo com sindicatos dos trabalhadores, 87% do corpo de funcionários aderiram à greve.
Em 11 de janeiro deste ano, o banco anunciou um plano de reorganização administrativa com fechamento de 361 unidades de atendimento e demissão de 5.000 funcionários. As medidas foram publicadas em fato relevante.
De acordo com a estatal, a expectativa é que seja possível economizar R$ 535 milhões em 2021 e R$ 2,7 bilhões até 2025 com as medidas adotadas. A revisão e o redimensionamento da estrutura organizacional devem ser feitas no 1º semestre deste ano.
Os grevistas alegam que o Banco do Brasil tem uma ampla quantidade de clientes e que é importante para o país, principalmente em momentos de crise. Afirmam também que o processo de digitalização do banco exclui as camadas mais vulneráveis da sociedade.
A Anabb (Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil) disse que apoia a greve e lamentou o que chamou de “enxugamento do quadro de pessoal uma vez que o Banco do Brasil tem muitos desafios para atender seus mais de 70 milhões de clientes”.
“A reestruturação prejudica pequenas comunidades. Fechar pontos de atendimento nos municípios e cortar empregos não é o que o Brasil precisa neste momento. É preciso combinar estratégia digital com preservação do atendimento presencial e no investimento em pessoas”, afirmou.
BOLSONARO TAMBÉM É CRÍTICO
Segundo o msn, o presidente Jair Bolsonaro ficou irritado com o plano de demissão de 5.000 funcionários e o fechamento de agências.
Bolsonaro ameaçou demitir o presidente do BB, André Brandão, mas foi alertado sobre as implicações no mercado financeiro, já que o banco é listado na B3 (Bolsa de Valores de São Paulo). A continuidade de André Brandão no comando da estatal ainda é incerta.
Em nota (39 KB), o BB disse que anunciou um conjunto de ações que buscam adequar a rede de agências ao aumento do comportamento digital de seus clientes e à necessidade de ampliar o atendimento especializado, especialmente o voltado ao agronegócios.
O novo modelo contará com mais 14 agências exclusivas e novos 276 gerentes de atendimento. “As ações também buscam aumentar a eficiência nas atividades da empresa, garantindo a sustentabilidade dos negócios“, segundo a nota.
Os programas de demissão vão desligar 5.533 funcionários. Eis a íntegra (375 KB).
O banco afirmou que tem uma das maiores redes de atendimento no país, com 5.400 agências e postos de atendimento. As medidas possibilitam a ampliação de correspondentes bancários. Atualmente, são 11.100 pontos em 4.883 municípios.
“Os 16,5 mil pontos de atendimento físico do BB se somam ao conjunto de soluções de atendimento digital por mobile e internet banking. Desde 2016, o BB observa significativa redução nas transações em guichês de caixa (-42%), enquanto o uso do mobile praticamente dobrou no mesmo período e já responde por 86% das transações, junto com o internet banking”, disse.
O banco não informou o impacto da greve nas operações do banco. Também não disse se as atividades do BB estão comprometidas.
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