No depoimento que prestou ao delegado Reginaldo Guilherme, titular da 33ª DP (Realengo), o pagodeiro Anderson de Oliveira, conhecido como Anderson Leonardo, vocalista do grupo Molejo, afirma ter combinado na noite de 10 de dezembro o encontro para “manter relações sexuais” com o cantor e dançarino Maycon Douglas Porto do Nascimento Adão, o MC Maylon. Por volta de meia-noite do dia seguinte, os dois estiveram no hotel Queen, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Enquanto MC Maylon diz ter sido estuprado, Anderson Leonardo garante que tudo ocorreu de “maneira consensual”.
No depoimento, ao qual o EXTRA teve acesso, o pagodeiro conta ter conhecido o cantor e dançarino em julho do ano passado, quando teria sido abordado pela mãe do jovem para mostrar o trabalho do artista. Ele disse que eles agendaram uma reunião no seu escritório, na semana seguinte, que contou com a participação ainda do padrasto de Maicon.
Na ocasião, Anderson disse ter ouvido parte de um CD, considerado o material gravado “bom” e dito que precisaria assistir ao cantor “ao vivo”. Ele relatou ainda que, a partir daí, o rapaz passou a frequentar seus shows. Ele contou que, após avista-lo em mais de seis apresentações, resolveu dar a ele uma oportunidade, o chamando ao palco, mas “a coisa não deu muito certo”.
Anderson relatou ainda que, em outro momento, chegou a conversar a sós com Maylon sobre depressão, tendo ele orientado o jovem a parar com pensamentos suicidas. O vocalista do Molejo contou que o cantor chegou a dar três “canjas” em shows seus, acompanhado por um DJ de funk. Em setembro, Maicon teria dito que faria uma homenagem ao pagodeiro, tendo tatuado o rosto do cantor no antebraço direito. Ele frisou também que o jovem sempre demonstrou carinho, pedia para tirar fotos com ele é o chamava de “pai”, como muitos de seus amigos também fazem.
No documento, Anderson reiterou que não agrediu Maicon tampouco o forçou a fazer sexo com ele. Ele afirmou que, depois da ida ao hotel, o jovem continuou a frequentar seus shows. Nos primeiros dias de janeiro, o pagodeiro diz ter sido procurado pela dona de casa Jupira Pinto, a mãe do cantor e dançarino. Ela o teria chantageado, afirmando que, caso ele não arcasse com os tratamentos médicos do filho, “tudo iria parar na imprensa” e sua carreira seria prejudicada.
Em entrevista ao EXTRA, Jupira negou a versão apresentada por Anderson:
Nunca houve chantagem. Quando eu fui conversar com ele, era para pedir que ele visse médico para o Maylon. Expliquei bem para ele, que Maylon precisava de médico depois que ele cometeu isso com o Maylon, que ele fez essa coisa horrorosa. O Anderson fez sem camisinha. Maylon de 21 anos. E Anderson com a idade que tem. Maylon nunca tinha tido parceiro. Falei para ele: eu não tenho condições de levar meu filho para fazer exames particulares. Então eu dependo da ajuda dos meus amigos, como está acontecendo agora – disse a dona de casa.
Foto: Luiza Moraes.