China libera matéria-prima para mais 8,7 milhões de doses da CoronaVac; lote deve chegar até 10 de fevereiro, diz Doria

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou nesta segunda-feira (1) que o governo da China liberou a exportação de mais 5,6 mil litros de insumos para a produção da vacina CoronaVac. A matéria-prima, que deve ser entregue até dia 10 de fevereiro, é suficiente para produzir 8,7 milhões de doses do imunizante, de acordo com o governador.

O governo de São Paulo também aguarda a chegada de outros 5,4 mil litros de insumos na noite de quarta-feira (3). Segundo a gestão estadual, a chegada do lote está prevista para as 23h30, no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas. O Instituto Butantan disse que, com essa matéria-prima, produzirá, em 20 dias, cerca de 8,6 milhões de doses do imunizante.

A CoronaVac é uma vacina contra Covid-19 feita com o vírus inativado e desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Butantan.

Veja o cronograma do governo de São Paulo para a CoronaVac:

Chegada de 5,4 mil litros de matéria-prima nesta quarta (3), suficientes para envasar 8,6 milhões de doses.

Envio de 5,6 mil litros de insumos, para envasar 8,7 milhões de doses, até 10 de fevereiro.

Previsão de envasar 600 mil doses por dia, a partir de 25 de fevereiro, até atingir total de 17,3 milhões de doses envasadas, em março.

Pedido adicional de outros 8 mil litros de insumos em negociação.

Objetivo é receber lotes suficientes para, até abril, envasar 40 milhões de doses. Ao todo, são 46 milhões de doses contratadas pelo governo federal, mas 6 milhões foram entregues prontas pela China na primeira remessa.

Segundo o diretor do Butantan, Dimas Covas, a chegada dos dois lotes de matéria-prima vai permitir que o instituto envase cerca de 600 mil doses por dia a partir de 25 de fevereiro.

“Isso nos permite prover, a partir do dia 25 de fevereiro, liberando em torno de 600 mil doses por dia até atingir o total de 17,3 milhões de doses em março”, disse Dimas Covas.

Ainda segundo o diretor do Butantan, um pedido adicional de outros 8 mil litros de insumos está em negociação.

“É importante mencionar que temos um pedido adicional em andamento de 8 mil litros de matéria prima, além do que foi autorizado hoje. A produção com esse quantitativo de matéria prima prosseguirá muito rapidamente até a integralização de 46 milhões”, calculou o diretor.

Previsão de doses

A expectativa do Instituto Butantan é a de receber, até abril, insumos para produção das 40 milhões de doses contratadas.

O acordo feito entre o Instituto e o laboratório chinês Sinovac prevê o recebimento total de 46 milhões de doses. Desse montante, 6 milhões foram importadas prontas da China e já foram distribuídas para todo o país.

Nos próximos dias, o governo federal deve firmar um novo contrato com o Instituto Butantan para compra de um lote adicional de 54 milhões de doses da CoronaVac.

Em coletiva de imprensa na última sexta (29), o diretor do Instituto Dimas Covas, confirmou ter recebido manifestação de interesse do Ministério da Saúde, e revelou que o acordo seria assinado nesta terça (2).

A sinalização do governo federal ocorreu após o Instituto ameaçar negociar as doses com estados e municípios brasileiros, além de exportar a países interessados no imunizante, caso o acordo com o Ministério da Saúde não fosse concluído.

Nesta segunda-feira, Dimas Covas voltou a falar do acordo para mais 54 milhões de doses. Segundo o cientista, a programação prevê entregar 100 milhões de doses da CoronaVac para o governo federal até julho ou agosto deste ano.

“Na sequência, vamos tratar dos 54 milhões que devemos já ter um cronograma nessa semana, assim que consigamos assinar o contrato do Ministério da Saúde. Isso vai nos permitir chegar ao total de 100 milhões de doses, e a nossa programação é que possamos entregar essas doses até julho/agosto deste ano”, disse.

Doses da CoronaVac

A CoronaVac é uma vacina contra Covid-19 baseada em vírus inativado e desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Butantan.

Parte das doses foi entregue pela Sinovac já pronta para uso, enquanto outra parte é formulada pelo instituto em São Paulo.

Segundo o G1, o Instituto Butantan necessita dos insumos para retomar o processo de envase da CoronaVac em São Paulo.

No dia 17 de janeiro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial dos 6 milhões de doses importadas prontas da China.

Um cronograma firmado entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde prevê a entrega de 8,7 milhões de doses da vacina até 31 de janeiro. Desse total, 6 milhões foram entregues ao longo das últimas semanas.

No dia 18, o Butantan fez um pedido de uso emergencial para 4,8 milhões de doses da CoronaVac envasadas no instituto, que foi aprovado.

No entanto, de acordo com o Butantan, após processo de envase e conferência do lote, o total de doses envasadas foi de 4,1 milhões de doses. Desses 4,1 milhões de doses, 900 mil foram liberadas no dia 22 de janeiro.

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