O grupo político do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tem reunião marcada para esta 3ª feira (15.dez.2020), às 12h, na residência do deputado. Tentará ampliar o bloco que se desenha em torno de Maia. Também busca escolher um candidato para fazer frente a Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Casa.
Segundo o msn, a eleição para presidente da Câmara será em fevereiro. O STF (Supremo Tribunal Federal) vetou nova candidatura de Rodrigo Maia. Atualmente 4, deputados buscam o apoio do grupo político do demista para concorrer. São eles: Luciano Bivar (PSL-PE), Elmar Nascimento (DEM-BA), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Baleia Rossi (MDB-SP). Aguinaldo e Baleia são os mais cotados para ter a bênção do atual presidente da Casa.
Maia anunciou bloco com 6 partidos (PSL, MDB, PSDB, DEM, Cidadania e PV) que têm 147 deputados atualmente. Quando Arthur Lira lançou sua candidatura, estavam representadas legendas (PP, PL, PSD, Solidariedade, PSC, Pros, Avante e Patriota) que englobam 160 deputados, podendo chegar a 171 ou mais com outras possíveis alianças.
O atual presidente da Câmara tem sido pressionado por aliados a anunciar logo quem será seu candidato. A leitura é que Lira consegue avançar na busca por apoios com mais facilidade enquanto não tiver um adversário definido.
Integrantes de partidos de oposição ao governo federal têm demonstrado propensão a aderir à candidatura de Lira mesmo sendo o candidato favorito do Palácio do Planalto. O deputado do PP se aproximou do governo de Jair Bolsonaro ao longo de 2020. Ele também é líder do bloco conhecido como Centrão.
Os partidos de esquerda têm cerca de 130 deputados. O número é insuficiente para produzir uma candidatura própria viável, mas capaz de decidir a eleição. Para os planos de Rodrigo Maia de eleger seu sucessor darem certo é necessário que esse grupo de siglas seja atraído para sua zona de influência.
“Vai ter rodada final hoje de decisão com outros partidos que poderão integrar o bloco”, disse ao Poder360 o líder do DEM na Casa, Efraim Filho (PB). “A pretensão é alcançar um número que supere a maioria da Câmara”.
A disputa pela bênção de Rodrigo Maia começou com 6 deputados. Marcelo Ramos (PL-AM) foi o 1º a deixar o páreo. Ele agora é parte do grupo de Arthur Lira. Marcos Pereira (Republicanos-SP) tenta viabilizar candidatura independente. Tem apoio do seu próprio partido e do Podemos. Somam 41 deputados.
A votação, em fevereiro, é secreta. Isso reduz o poder de coerção dos partidos sobre as escolhas de seus integrantes. O PSL, por exemplo, está no bloco de Maia, mas tem deputados bolsonaristas que deverão apoiar Lira. Se todos os 513 deputados votarem, serão necessários 257 votos para vencer a disputa.
É importante para o governo ter um aliado no cargo de presidente da Câmara porque o ocupante do posto é quem define a pauta de votação da Casa. Afrouxamento na legislação sobre armas, por exemplo, só sai do papel se o presidente da Câmara (e o do Senado) colocar a proposta em votação.
Maia nega ser adversário político do governo, mas é assim que ele é visto no Planalto. O deputado está na presidência da Câmara desde 2016. Foi eleito depois da saída de Eduardo Cunha (MDB-RJ).
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