A Fundação Alexandre de Gusmão, órgão público vinculado ao Ministério das Relações Exteriores, publicou nesta quarta-feira um vídeo disseminando a informação falsa de que máscaras são “inócuas” no combate à pandemia e, além disso, “nocivas” à saúde.
O palestrante Carlos Ferraz, que participou do seminário virtual “A Conjuntura Internacional no Pós-Coronavírus”, é identificado como professor de filosofia “cedido para a Secretaria Nacional da Juventude do MMFDH” (Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos).
— A máscara não só é inócua no combate à pandemia mas ela é também nociva, causa problemas de saúde — diz Carlos. — Nos artigos falam em dor de cabeça, redução da oxigenação do sangue, inclusive que determinadas bactérias o canal olfativo podem ir para o cérebro, enfim, tem vários artigos acadêmicos que apontam para esse problema. Já se pesquisava a nocividade do uso de máscaras.
O uso de máscaras é recomendado por autoridades sanitárias em todo o mundo como uma forma eficiente de combate à disseminação do coronavírus. Supostos efeitos nocivos não são comprovados pela ciência.
O presidente da fundação, Roberto Goidanich, participou do debate. Ele diz ser uma “falácia” que a OMS (Organização Mundial da Saúde) é “dona da verdade” e “tem uma opinião científica”, além de argumentar que supostamente há artigos a favor e contra o uso de máscaras.
Segundo O Globo, a transferência de Carlos Ferraz para o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos ocorreu no início de julho. Questionada, a pasta não informou que função Carlos cumpre no órgão. O Ministério das Relações Exteriores também não respondeu sobre se o vídeo com informação falsa será mantido no ar pela fundação.
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