A menina de 10 anos, que foi vítima de estupro no Espírito Santo, deixou nesta quarta-feira (19) o Cisam (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros), em Pernambuco, onde realizou o aborto. A informação foi confirmada pelo hospital. “Ela saiu sorrindo, feliz, ganhou muitos presentes, até um tablet, e fez um último desejo pra equipe: comer um sanduíche de uma famosa cadeia de fast food. Esse foi o mais difícil, mas conseguimos atender”, revelou o médico e diretor do local, Olímpio Barbosa de Morais.

Por questão de segurança, o horário que ela deixou a instituição não foi informado. A criança estava acompanhada da avó e de uma assistente social. Elas embarcaram em um voo fretado para o Espírito Santo.

Devido ao vazamento de informações como o endereço e o nome da garota, ela não poderá retornar para casa e nem para a escola onde estudava, segundo o diretor do Cisam que completou: “Que isso seja o renascimento dessa criança”.

A menina foi internada no domingo (16) no Cisam-UPE, que fica no bairro da Encruzilhada. O procedimento médico é assegurado pela lei em caso de estupro. No dia do aborto, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos contrários ao aborto. Houve ainda manifestações de grupos de mulheres em defesa do procedimento.

A interrupção da gestação de cinco meses começou com o óbito fetal e depois com a expulsão do feto. O procedimento foi feito em duas etapas, durou dois dias, e a menina passa bem.

Segundo o R7, o suspeito do estupro é tio da menina que foi preso nesta terça-feira (18) em Betim, em Minas Gerais, após ficar alguns dias foragido.

O caso

Uma menina de 10 anos engravidou após ter sido estuprada em São Mateus, município localizado no norte do Espírito Santo. O acusado pelo crime é o tio, um homem de 33 anos. O caso se tornou público depois que ela deu entrada no Hospital Roberto Silvares, em São Mateus, se sentindo mal. Enfermeiros perceberam que a garota estava com a barriga estufada, pediram exames e detectaram que ela estava grávida.

Em conversa com médicos e com a tia que a acompanhava, a criança relatou que o tio a estuprava desde os 6 anos. Ela disse que não havia contado aos familiares porque tinha medo, uma vez que o parente a ameaçava.

A menina foi, então, transferida de São Mateus para o Recife, após decisão do juiz Antonio Moreira Fernandes, da Vara da Infância e da Juventude do município onde ela mora.

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