A Previdência Social registrou um déficit primário de R$ 195,4 bilhões no primeiro semestre deste ano. O rombo é duas vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado – R$ 97,7 bilhões. Mas, segundo o Tesouro Nacional, se explica pela crise do novo coronavírus.

O resultado primário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS) nos seis primeiros meses de 2020 foi apresentado nesta quinta-feira (30/07) pelo Tesouro Nacional. E reflete um aumento de 20% dos gastos com benefícios previdenciários, que saltaram de R$ 297,9 bilhões em 2019 para R$ 357,4 bilhões em 2020; assim como uma redução de 19% da arrecadação do RGPS, que saiu de R$ 200 bilhões no primeiro semestre de 2019 para R$ 162 bilhões no mesmo período de 2020. 

Esse rombo de R$ 195,4 bilhões , contudo, se explica pelas medidas de enfrentamento à covid-19 e deve ser revertido ao longo do ano, segundo o governo. Secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal lembrou que a arrecadação do governo como um todo caiu no primeiro semestre deste ano devido ao diferimento de impostos que foi autorizado devido à crise do novo coronavírus. E destacou que a maior parte do aumento de gastos da Previdência se deve à antecipação do 13º salário de aposentados e pensionistas, que seria pago em novembro e dezembro, mas foi antecipado para auxiliar os segurados da Previdência na quarentena.

“Esses dois movimentos explicam boa parte da deterioração do déficit da Previdência. E a tendência é que boa parte dessas medidas se revertam ao longo do ano de 2020”, destacou Funchal. Ele explicou que os impostos diferidos no primeiro semestre devem ser recolhidos nos próximos meses. E lembrou que o 13º salário já estava no orçamento da Previdência, só foi antecipado. Logo, não vai impactar novamente o rombo do RGPS. “A tendência é que tenha uma reversão, dado que esses gastos não serão feitos ao final do ano”, comentou.

Déficit

Segundo o Correio Braziliense, além do rombo de R$ 195,4 bilhões da Previdência Social, o governo observou um déficit primário de R$ 221,9 bilhões no Tesouro Nacional e no Banco Central nos seis primeiros meses deste ano. Por conta disso, o déficit primário do governo central chegou a R$ 417,2 bilhões no primeiro semestre deste ano – bem acima dos R$ 29,3 bilhões observados no mesmo período do ano passado. Com isso, o governo reforçou que as contas públicas devem fechar este ano com um rombo recorde de R$ 787,4 bilhões, de 11% do PIB.

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