Segundo o Correio Braziliense, na decisão que autorizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão contra suspeitos de espalharem fake news e promoverem ataques pelas redes sociais contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus integrantes, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que investigações da Polícia Federal apontam a existência do chamado “Gabinete do Ódio”.
Moraes aponta que a rede criada para propagar notícias falsas e atacar as instituições é financiada por empresários e tem forte indicativo de que se trata de uma “associação criminosa”. De acordo com Moraes, “as provas colhidas e os laudos periciais apresentados nos autos apontam para a real possibilidade de existência de uma associação criminosa, denominada nos depoimentos dos parlamentares como “Gabinete do Ódio”, dedicada a disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às Instituições, dentre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, disse.
Moraes cita depoimentos de parlamentares como Joice Hasselmann e Alexandre Frota, que narram a eventual estrutura do Gabinete do Ódio. Joice afirma que a estrutura utilizada para atacar adversários do governo é organizada de dentro do próprio Palácio do Planalto. “Como se vê de tudo até então apresentado, recaem sobre os indivíduos aqui identificados sérias suspeitas de que integrariam esse complexo esquema de disseminação de notícias falsas por intermédio de publicações em redes sociais, atingindo um público diário de milhões de pessoas, expondo a perigo de lesão, com suas notícias ofensivas e fraudulentas, a independência dos poderes e o Estado de Direito”, afirma o ministro no despacho.
O magistrado afirma que as investigações da Polícia Federal apontam o uso de mensagens e massa e até de robôs contra as instituições. “Relatório técnico pericial encartado nestes autos, constatou a existência de um mecanismo coordenado de criação e divulgação das referidas mensagens entre os investigados”, completou Moraes.
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