Enquanto o Ministério da Saúde segue sem titular desde a demissão do cardiologista Nelson Teich, candidatos à chefia da pasta continuam a ventilar pelo Planalto. No último fim de semana, o nome do psiquiatra carioca Ítalo Marsili circulou entre os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro depois que o médico afirmou em suas redes sociais que está disponível para assumir o cargo. Marsili é um aluno devotado do escritor Olavo de Carvalho, tem 34 anos e mais de um milhão de seguidores no Instagram, além de contar com o apoio do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). Nesta segunda-feira (18), o psiquiatra viajou a Brasília para conversar com o presidente, com quem já se reuniu em agosto do ano passado. Encontrou-se também com a médica Nise Yamaguchi, também candidata ao Ministério.
Segundo o msn, Marsili é formado em medicina pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, apesar de ter exercer a psiquiatria, não possui registro de qualificação de especialista (RQE). Questionado em suas redes sociais sobre o certificado, o médico afirmou que não chegou a dar entrada no pedido. Desde que Marsili iniciou a campanha para assumir o cargo de ministro da Saúde, vídeos de suas redes sociais vieram à tona e causaram alvoroço no Twitter. Em um deles, o médico relata ter curado um paciente pedófilo sugerindo-o que saísse com garotas de programa com traços infantis para que, progressivamente, se interessasse por mulheres mais velhas. Também circulou pelas redes uma entrevista para o canal Brasil Paralelo, no qual o médico afirma que a democracia grega, na qual as mulheres não tinham direito ao voto, foi a única que funcionou na história. Na madrugada do último domingo (17), a hashtag #ItaloMarsiliMinistrodaSaúde ficou entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Comparado frequentemente aos coaches por conta das falas exaltadas e do bordão “trabalhe, sirva, seja forte e não encha o saco”, Marsili é criador de um programa de desenvolvimento pessoal chamado Guerrilha Way e possui dois livros publicados – Os 4 temperamentos na educação dos filhos e Terapia de Guerrilha. O psiquiatra é pai de seis filhos e, no começo da carreira, chegou a morar por dois anos com Olavo de Carvalho na Virgínia – experiência registrada em seu currículo Lattes. Apesar de contar com o apoio da base bolsonarista, Marsili enfrentará a resistência dos militares para chegar ao MS. Desde a saída de Teich, quatro nomes apareciam na bolsa de apostas para assumir o cargo: além de Nise Yamaguchi, há o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra (MDB-RS), o atual secretário-executivo do ministério, general Eduardo Pazuello, e o presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira.
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