Com a perda de valor do real frente ao dólar, o Brasil pode ser ejetado do seleto grupo das maiores economias do mundo. Com a desvalorização da moeda brasileira de 46% só este ano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país murchará quando cotado em dólar — o deflator comum para fazer comparações entre os tamanhos das economias. De acordo com estudo realizado pela agência de avaliação de crédito soberano Austin Ratings, o Brasil cairá da posição de 9ª maior economia do mundo para a 12ª colocação. O país já chegou a alcançar o 7º lugar, em 2011, à frente de Reino Unido e Itália. As três nações que devem ultrapassar o Brasil são Canadá, Coreia do Sul e Rússia.

Segundo a Veja, o motivo, contudo, não está apenas na desvalorização do real. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da economia brasileira este ano também é um fator preponderante para a queda no ranking. O FMI prevê que o PIB do Brasil irá encolher 5,3% no período.

A perda de posições não significa uma queda adicional para a economia. Ela apenas reflete a perda de dinamismo da atividade econômica do país frente a outras nações, algumas delas competidores diretos do Brasil. Isso poderá gerar um efeito psicológico sobre os mercados. Investidores tendem a olhar para os maiores mercados consumidores e tirarem conclusões sobre o tamanho das economias para decidirem onde investir.

“Quando uma empresa pensa aonde alocar seus investimentos, sempre olha para o desempenho da economia dos países. Agora seremos a 12ª economia, é algo bem pior do que ser a 7ª”, afirma Alex Agostini, economista-chefe da Austin. “Com certeza, os estrangeiros olharão para o Brasil com maior cautela.”

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