Os pseudônimos usados pelo presidente Jair Bolsonaro para fazer exames do novo coronavírus foram “Airton Guedes” e “Rafael Augusto Alves da Costa Ferraz”.

O presidente, no entanto, manteve sua identificação assegurada ao informar ao laboratório Sabin, de Brasília, seus documentos pessoais de forma correta, como o RG e o CPF, além da data de nascimento.

Num terceiro exame, feito pela Fiocruz, ele foi identificado por um número: “05”. Neste caso, não foram informados dados de seus documentos.

Segundo a Folha de S.Paulo, nesta quarta (13), o ministro Ricardo Lewandowski determinou que os exames fossem publicados, atendendo a uma ação do jornal O Estado de S. Paulo. Os resultados foram negativos para Covid-19. O STF recebeu dois dos exames na terça (12) e um nesta quarta. A decisão de usar os pseudônimos, segundo documentos enviados ao STF, foi tomada consensualmente entre o Hospital das Forças Armadas, parceiro dos laboratórios, e a Presidência como “medidas de segurança em relação aos exames, com o intuito de preservação da imagem e privacidade do presidente da República”.

O presidente relutava em mostrar os documentos, dizendo que isso invadiria a sua privacidade. Diante da ação, no entanto, a própria AGU (Advocacia Geral da União) entregou os resultados ao gabinete de Lewandowski. Bolsonaro realizou exames para a doença depois de vários de seus assessores terem retornado com ele de viagem presidencial aos Estados Unidos com a Covid-19. Entre membros da comitiva oficial e pessoas que estiveram com Bolsonaro, ao menos 25 contraíram a doença.

Da lista, fazem parte o senador Nelsinho Trad (PSD-MS); o diplomata Nestor Forster, indicado para o cargo de embaixador do Brasil em Washington; a advogada Karina Kufa, tesoureira do Aliança pelo Brasil; o número 2 da Secom, Samy Liberman; o chefe de cerimonial do Ministério das Relações Exteriores, Alan Coelho de Séllos; e o presidente da Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações), Sergio Segovia.Dois ministros do governo já receberam teste positivo para o novo coronavírus: o general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

Foto: Adriano Machado.