As quarentenas no Brasil têm conseguido frear apenas metade do avanço esperado pela pandemia do novo coronavírus no país. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Análise Global de Doenças Infecciosas (MRC) estima que os isolamentos sociais provocaram queda de 54% do número de reprodução (Rt) do vírus, que indica para quantas pessoas cada infectado transmite a covid-19. A quantidade é insuficiente para conter a expansão acelerada da doença.
Segundo o Correio Braziliense, o estudo divulgado pelo Imperial College nesta sexta-feira (8/5) calcula que as medidas de isolamento reduziram a mobilidade no Brasil em 29%, resultando em pouca efetividade no combate à transmissão acelerada do coronavírus. Como comparação, a quarentena na Itália diminuiu a mobilidade em 53% e o número de reprodução em 85%, sendo assim eficaz.
O número de reprodução (Rt) do vírus é um dos principais indicadores de controle da transmissão. Se esse número está acima de 1, significa que a velocidade de contágio é crescente: cada pessoa contaminada transmite o coronavírus para mais de um indivíduo, que por sua vez também a espalha para mais de um, acelerando a infecção.
Em abril, cada brasileiro transmitiu o coronavírus para quase três pessoas, quando o Rt chegou a ser de 2,81 no fim do mês, segundo as previsões de curto prazo do instituto. Foram analisados 16 estados com números de mortes suficientes para gerar resultados estatísticos confiáveis. Em todos, o número de reprodução foi acima de 1.
Santa Catarina foi o estado brasileiro analisado com o menor Rt, com 1,14 (variando de 0,91 a 1,38). Já o Pará registrou o maior, com 1,90 (de 1,57 a 2,31).
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