Dados divulgados pelo Ministério da Saúde até o momento apontam que o Brasil tem 5,4 mil mortes causadas pela pandemia do Covid-19 e mais de 78 mil casos confirmados da doença. Porém, segundo levantamento de um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), esses números podem ser ainda piores.
Segundo informações do portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas e estudantes de diversas universidades brasileiras, o número total de contágios pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2) no país poderia ultrapassar a marca de 1,2 milhão se os casos subnotificados fossem considerados. O valor, que pode variar entre 957 mil e 1,4 milhão, é 16 vezes maior do que o oficial, que considera apenas doentes graves e mortos.
Caso tais dados se confirmassem, o Brasil ultrapassaria os EUA e se tornaria o país mais atingido pela doença no planeta, mesmo tendo cerca de dois terços da população americana e tendo sentido os efeitos da pandemia cerca de um mês depois dos norte-americanos.
Para estimar os dados sobre infectados , segundo análise divulgada pelo jornal O Globo, os cientistas fazem a chamada modelagem reversa, com a qual contornam a ausência de dados e usam como base de cálculo o número de mortes notificadas. Já para os casos de óbitos , que são mais consolidados, foi usada a taxa de letalidade da Coreia do Sul, país com a melhor divulgação de informações, e feito um ajuste dos números à pirâmide etária do Brasil.
Em entrevista ao jornal, Domingos Alves, especialista em modelagem computacional e integrante do grupo que desenvolveu a análise, afirmou que o distanciamento social que vigora atualmente no Brasil reduziu um pouco o ritmo da doença, mas nem de longe é suficiente: “não estamos nem perto do pico de casos de doença e morte. Estamos no começo de uma curva ascendente livre, leve e solta para o coronavírus no Brasil”.
Ainda de acordo com ele, as cidades mais atingidas pelo vírus , como São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus, Macapá e Recife, deveriam entrar no sistema de lockdown, quando ocorre o fechamento total e toda a população é obrigada a permanecer dentro de casa e apenas os setores essenciais seguem ativos.
Crédito imagem: Yan Boechat
News Paraiba com Último Segundo, do iG