A letalidade da Covid-19 pode ser menor que estimativas correntes ou mesmo publicadas nos primeiros estudos sobre a doença. A proporção de mortes entre pessoas infectadas pelo coronavírus é de 0,33% entre a população gaúcha, indicou a segunda rodada da pesquisa que procura medir o espalhamento real da epidemia.

O projeto de pesquisa, o Epicovid19, é coordenado pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e pelo governo gaúcho. Os testes foram realizados dia 27, em uma amostra de 4.500 pessoas do Rio Grande do Sul, que tem cerca de 11,3 milhões de habitantes. Haverá mais duas etapas da pesquisa.

Também será feito um estudo nacional, que atrasou um pouco, mas deve começar no dia 5 de maio e pretende testar 33.250 pessoas em cada uma de suas rodadas, que serão realizadas a cada duas semanas.

A pesquisa pretende estimar a porcentagem de pessoas com anticorpos para o coronavírus (um número mais próximo do total de infectados), medir a velocidade de expansão da doença, descobrir a parcela de infecções assintomáticas e saber de fato o quanto ela mata. Com esses dados, é possível estudar com mais precisão o avanço da epidemia e planejar a sua contenção. Pela segunda rodada do estudo gaúcho, cerca de 0,13% da população teria sido infectada e já desenvolveu anticorpos (o que leva pelo menos cinco dias).

Segundo a Folha de S.Paulo, em cada milhão de habitantes do Rio Grande do Sul, haveria cerca de 1,3 mil infectados (com anticorpos), para um registro oficial de 108 casos por milhão de habitantes (são registrados apenas casos que chegam a ser testados, na prática, os mais graves). Para cada caso notificado, pode haver de 5 a 26 não notificados (muitos deles assintomáticos). Como os números de infecção ainda são relativamente baixos no Rio Grande do Sul, as estimativas ainda não são precisas. Por exemplo, o número total de infectados (com anticorpos) estaria entre 5.650 e 32.770 pessoas, mais provavelmente 15.066.​

Foto: Yves Herman.