O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou nesta segunda-feira (20) que não é possível admitir qualquer outra solução para o país que não seja “dentro da institucionalidade e do Estado Democrático de Direito”.
Segundo o G1, essa é a primeira manifestação de Toffoli após a participação do presidente Jair Bolsonaro em um ato neste domingo (19), que teve entre os participantes defensores de uma intervenção militar e da reedição do AI-5 (ato que endureceu o regime militar no período da ditadura).
Toffoli fez a defesa da democracia durante uma videoconferência organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para discutir o “Pacto pela vida e pelo Brasil”. O evento teve apoio de outras entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“Não é possível admitir qualquer outra solução que não seja a dentro da institucionalidade e do Estado Democrático de Direito”, afirmou Toffoli.
Ao se dirigir às entidades que faziam parte da videoconferência, ele afirmou que o autoritarismo e os ataques à democracia são gestos “nefastos”. “As seis entidades têm no DNA o conhecimento do quão nefasto é o autoritarismo, do quão nefastos são os fundamentalismo, do quão nefasto é o ataque às instituições e à democracia”, afirmou o ministro.
“Nesse momento é bom sempre relembrar a importância que essas seis instituições tiveram na redemocratização do país, no processo constituinte que sintetizou esses objetivos da República Federativa do Brasil”, completou o ministro.
Ainda no domingo, outros três ministros do STF, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Luís Roberto Barroso, se manifestaram contra a ida do presidente Jair Bolsonaro ao ato.
Políticos e entidades da sociedade civil também criticaram a postura do presidente da República.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro disse que os manifestantes com cartazes com dizeres contra a democracia eram “infiltrados” e que o ato tinha como pauta a volta do povo para a rua e para o trabalho (ele defende o abrandamento das medidas de isolamento social, adotadas para conter o avanço do coronavírus).
Bolsonaro disse ainda que defende a democracia e o Congresso e STF “abertos e transparentes”.
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