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Historiadora usa prédio para projetar mensagens de incentivo ao isolamento social em João Pessoa

Uma moradora do bairro de Manaíra, em João Pessoa, resolveu projetar, da varanda de casa, mensagens de incentivo ao isolamento social como forma de prevenção da contaminação pelo novo coronavírus (Covid-19). Toda noite, a historiadora Ana Paula Brito divulga os números mais recentes da pandemia na Paraíba e mensagens para que as pessoas fiquem em casa.

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Segundo o G1, o projeto começou no final de março, quando entraram em vigor as medidas de isolamento. A primeira projeção feita por Ana Paula foi durante o pronunciamento do presidente Jair Bolsonaro, quando foram registrados panelaços contra o presidente. Neste dia, a historiadora projetou mensagens de conscientização como a frase “fique em casa”.

“A partir do dia seguinte, decidimos colocar também os números [de casos confirmados] e mensagens de alerta para os vizinhos, pois notamos um aumento de pedestres e pessoas saindo de manhã para praticar exercícios no bairro, principalmente ciclistas e cuidadores de cachorros”, disse Ana Paula.

A projeção é feita de forma caseira mesmo. Ana Paula coloca uma mesa com o computador na varanda e o projeto fica apoiado na sacada do apartamento. O vídeo, que é confeccionado pela própria historiadora, é projetado na fachada do prédio vizinho.

“Todos os dias eu pego os dados mais recentes da pandemia e, no horário da janta da nossa bebê, enquanto o pai a alimenta, eu faço a projeção, que dura cerca de 30 minutos”, comenta.

De acordo com a historiadora, a repercussão do ato tem sido boa e ela tem ficado surpresa com a solidariedade dos outros moradores do bairro. “Às vezes alguns vizinhos acenam piscando as lâmpadas das varandas em resposta à mensagem. Outras vezes os motoboys de um restaurante próximo respondem acenando com os celulares. Tem sido interessante ver a interação esporádica”, diz.

Ana Paula é casada com um contador e juntos eles têm uma filha de um ano e dois meses. Eles estão em isolamento social desde o dia 15 de março, quando começaram as primeiras notícias sobre o avanço do coronavírus em outros estados.

Durante este período, ela e o marido estão fazendo compras pela internet e só em casos extremamente necessários, um deles sai de casa para resolver. “Alternamos para que os dois tenham a oportunidade de sair de casa, ainda que seja por pouco tempo. Na chegada, respeitamos as indicações de higienização desde a porta e os calçados ficam todos na entrada de casa, isso desde que a bebê nasceu”, diz Ana Paula.

Para a historiadora, a projeção que ela faz tem o objetivo de contribuir de algum modo no combate à pandemia.

“É importante a gente reforçar que ficar em casa é também ser solidário. Mesmo em casa nós podemos ajudar e cada uma das pessoas pode se perguntar como pode contribuir nessa luta que o mundo inteiro trava contra esse poderoso e pouco conhecido vírus. A pergunta que deixo é: como você pode ajudar também?”, completa Ana Paula.

Foto: Nelson Antoine.

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