A Prefeitura de Cabedelo, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), realizou, nesta segunda-feira (06), uma mesa redonda em alusão ao Dia Internacional da Mulher, a ser comemorado no próximo dia 08.
O evento aconteceu no Centro Cultural Mestre Benedito e foi voltado para professores do Ensino Fundamental/Anos Finais, com o objetivo de estimular a desconstrução do machismo, bem como o empoderamento feminino no chão da escola.
O encontro foi organizado pela Coordenação de Diversidade Humana do Setor de Projetos Educacionais (SPE), e teve como tema central “Mulheres: lutas e empoderamento”. A ação teve um caráter de formação continuada para professores do Ensino Fundamental/Anos Finais de disciplinas que trabalham com conteúdos da área das Ciências Humanas.
“É papel da educação atualizar os conteúdos, manter-se antenada às questões sociais e demandas da atualidade, bem como procurar criar um link entre essas questões e o chão de sala de aula. Já não é possível se conceber um processo educativo descolado da realidade. E essa aproximação com as questões passa pela formação de professores e pela discussão dos temas que ocupam a pauta diária, como o que motiva esse encontro, qual seja, a luta da mulher na sociedade e a necessidade de empoderamento. Assim, com ações desse tipo, é que Cabedelo investe no desenvolvimento de um processo de ensino-aprendizagem coerente, com o entendimento e discussão sobre temáticas atuais”, declarou a coordenadora da Coordenação da Diversidade Humana, Ivonete Coriolano.
O público alvo para a discussão foram os professores dos anos finais de Artes, Geografia e História, disciplinas que compõem o núcleo humanístico do ensino fundamental.
A mesa redonda contou com a participação da socióloga e Drª em Antropologia, Núbia Guedes, que falou das relações entre a violência simbólica e a dominação masculina na sociedade e da assistente social Viviane Lira, do Centro Estadual de Referência de Igualdade Racial João Balula (SEMDH), que discorreu sobre a questão racial e violência contra a mulher no Brasil.
“O machismo e a misoginia são comportamento reproduzidos socialmente. O sistema produz e nós, homens e mulheres, reproduzimos. Portanto, ou rompemos com a estrutura do sistema, onde só as mulheres morrem, sobretudo mulheres negras, ou vamos continuar reproduzindo. É importante que essa educação chegue aos adolescentes e às crianças, porque, afinal, são eles os homens do futuro. É preciso lutar contra a naturalização dos comportamentos que eles, por acaso, cheguem a ver em suas casas, evitando assim a reprodução dos mesmos”, comentou Viviane Guedes.
A terceira palestrante da mesa, a Gerente de Enfrentamento a Violência contra a Mulher da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana (SEMDH), Fabíola Maranhão, discorreu sobre as políticas públicas e medidas jurídicas instituídas no país e sobre o trabalho a ser desenvolvido em sala de aula.
“Os professores têm um papel fundamental na atuação no combate à violência contra a mulher. É preciso que eles estejam preparados para atuar na mudança de concepções que ainda se proliferam na sociedade, sendo reproduzidas pelas gerações mais novas. É preciso investir, sim, numa mudança de cultura. Além de tudo é urgente trazer a questão da violência para os docentes, que estes levem para a sala de aula e que, assim, crie-se uma verdadeira frente de desconstrução desse estigma de violência que marca a formação da sociedade brasileira e que inclui questões como a pobreza, exclusão social, racismo e sexismo”, acentuou Fabíola.
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