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Google reforça ação contra projeto das fake news e fala em riscos para segurança

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Google divulgou uma carta nesta sexta-feira (11) criticando o projeto de lei das fake news, em análise na Câmara dos Deputados, na qual afirma que as consequências negativas das propostas não estão sendo adequadamente avaliadas.

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Assinada pelo presidente do Google Brasil, Fabio Coelho, o documento afirma que o projeto de lei “pode impactar a internet que você conhece”.

A proposta, já votada no Senado, foi aprovada em dezembro por um grupo de trabalho de deputados, e um parecer do relator, Orlando Silva (PC do B-SP), ainda será entregue ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com o MSN, o projeto traz uma série de obrigações aos provedores de redes sociais e aplicativos de mensagem, como a moderação de conteúdo.

É a primeira vez que o Google se manifesta publicamente de maneira individual sobre o teor do projeto dessa maneira. A iniciativa de divulgar a carta foi motivada pela alegada falta de debate sobre a proposta e pela possibilidade de já haver votação em plenário.

A carta da companhia aborda especificamente três pontos: a exigência de abertura de informações sobre os sistemas das plataformas, o pagamento pelo uso de conteúdo jornalístico e as regras sobre o uso de dados dos usuários para fins de publicidade online.

Em relação ao primeiro ponto, a empresa afirma que a divulgação de “informações minuciosas”, como detalhes sobre a base de treinamentos de sistemas e métodos usados para melhorar os serviços, vai oferecer “um guia” a quem quiser burlar a proteção.

“Com isso, eles poderiam manipular essas informações para conseguir obter uma melhor posição no nosso ranking de pesquisas, prejudicando ao longo do processo aqueles que produzem conteúdo confiável”, diz a carta.

Quanto à remuneração do conteúdo jornalístico, o Google diz que o texto não é claro e pode obrigar as plataformas a pagar qualquer site que alegue que sua produção se enquadra nesse conceito, além de beneficiar preferencialmente grandes grupos de mídia.

“As ferramentas de busca acabarão conectando os usuários a menos notícias locais e a um número menor e menos variado de fontes.”

Por fim, a carta afirma que o “projeto de lei impede as plataformas de publicidade de usar informações coletadas com o consentimento dos usuários para conectar empresas com potenciais consumidores”.

O efeito disso, diz a companhia, será prejuízo ao pequeno comércio, que não conseguirá atingir seus clientes com anúncios online com a mesma facilidade.

“O projeto de lei como está escrito pode ter um impacto significativo na publicidade digital, que é um pilar importante da web aberta, prejudicando veículos de comunicação, empresas e a experiência dos usuários.”

Outras grandes empresas do ramo, como Facebook e Twitter, também têm se manifestado de maneira crítica sobre o atual texto da proposta.

Documento assinado neste mês afirma que o projeto “passou a representar uma potencial ameaça para a internet livre, democrática e aberta”.

O deputado Orlando Silva, na ocasião, rebateu afirmando que é “fake news” afirmar que há ameaça aos micro e pequenos empresários com a proposta.

Também afirmou que o Facebook não demonstrava disposição para o diálogo e o acusou de não querer se submeter às regras de publicidade aplicadas no mercado brasileiro.

Foto: Reprodução

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