O mundo ultrapassou, nesta segunda-feira (7), a marca de 6 milhões de mortos por Covid-19, segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
O número foi alcançado pouco mais de 4 meses depois de o globo registrar 5 milhões de óbitos pela doença.
Os Estados Unidos são o país com o maior número de mortes: 958,4 mil, de acordo com a Hopkins. Segundo o g1, o Brasil está em segundo, com 652.207, segundo o consórcio de veículos de imprensa. Só no último mês foram 22 mil óbitos registrados, a maior quantidade mensal desde agosto do ano passado.
No mundo
Veja alguns destaques da pandemia pelo mundo:
- Hong Kong teve a maior média móvel de mortes confirmadas em relação à população na última semana, segundo o “Our World in Data”, ligado à Universidade de Oxford. A cidade vai testar toda a sua população, de 7,5 milhões de pessoas, três vezes neste mês, disse a agência de notícias Associated Press.
- Polônia, Hungria, Romênia e outros países do Leste Europeu continuam com alto número de mortes, ao mesmo tempo em que recebem 1,5 milhão de refugiados da Ucrânia – que tem apenas 35% da população vacinada contra a Covid-19 e 112 mil mortes.
- Apesar da alta disponibilidade de vacinas, os Estados Unidos têm menos de 65% da população totalmente vacinada. No Brasil, 72,5% da população já recebeu duas doses de vacina.
- As ilhas remotas do Pacífico – cujo isolamento as protegeu por mais de dois anos – agora estão enfrentando seus primeiros surtos e mortes, alimentados pela variante ômicron. Mas o cenário é desigual: Tonga, que tem 66% da população totalmente vacinada, ainda não registrou mortes mesmo com o primeiro surto, em janeiro. Já nas Ilhas Salomão, que só têm 12% dos habitantes vacinados, já são mais de 100 mortes.
À Associated Press, o professor Tikki Pang, da Universidade Nacional de Singapura, disse que a Covid-19 é uma “doença dos não vacinados”.
“Esta é uma doença dos não vacinados – veja o que está acontecendo em Hong Kong agora, o sistema de saúde está sobrecarregado”, disse Pang, ex-diretor de política de pesquisa e cooperação com a Organização Mundial de Saúde. “A grande maioria das mortes e dos casos graves estão no segmento vulnerável e não vacinado da população.”
Segundo o “Our World in Data”, Hong Kong tem 69,84% da população com duas doses de vacina.
Subnotificação
Apesar da enormidade do número, o mundo sem dúvida ultrapassou 6 milhões de mortes há algum tempo – por causa da subnotificação.
Também à AP, o chefe de dados do “Our World in Data”, Edouard Mathieu, disse que, conforme os números de excesso de mortalidade nos países são estudados, é provável que haja quatro vezes o número de mortos oficialmente relatado por causa da pandemia.
“As mortes confirmadas representam uma fração do número real de mortes devido à Covid, principalmente por causa de testes limitados e desafios na atribuição da causa da morte”, disse Mathieu. “Em alguns países, principalmente ricos, essa fração é alta e a contagem oficial pode ser considerada bastante precisa, mas em outros é altamente subestimada”, completou.
Milhões
Veja, abaixo, quanto tempo se passou entre cada milhão de mortes por Covid:
- 9 de janeiro de 2020 – 1ª morte oficial
- 28 de setembro de 2020 – 1 milhão de mortes (263 dias depois da 1ª morte)
- 14 de janeiro de 2021 – 2 milhões de mortes (108 dias desde o 1º milhão de mortes)
- 17 de abril de 2021 – 3 milhões de mortes (93 dias desde os 2 milhões)
- 7 de julho de 2021 – 4 milhões de mortes (81 dias desde os 3 milhões)
- 1º de novembro de 2021 – 5 milhões de mortes (117 dias desde os 4 milhões)
- 7 de março de 2022 – 6 milhões de mortes (126 dias desde os 5 milhões)
Evolução da pandemia
Hospital atende a paciente com Covid-19 em Sofia, na Bulgária, em foto de 15 de outubro — Foto: Stoyan Nenov/Reuters
O primeiro milhão de mortes foi marcado por uma primeira onda na Europa, em março e abril de 2020, que assustou o mundo e levou os países a adotarem severas medidas de restrição para diminuir a proliferação do vírus.
O segundo milhão de vítimas foi marcado por uma aceleração constante no número de óbitos primeiro na Europa, impulsionada pela variante alfa, detectada inicialmente no Reino Unido, e posteriormente nos EUA, o que levou o mundo a atingir na época o recorde de mortes diárias.
O terceiro milhão de óbitos foi marcado por uma forte queda no número de mortes tanto nos EUA quanto na Europa, após severas restrições e com a aceleração da vacinação. Ao mesmo tempo, os óbitos já começavam a crescer na América do Sul e na Ásia, a partir de março.
Já o quarto milhão foi marcado por uma disparada da pandemia na América do Sul e na Ásia, sobretudo por causa do Brasil e da Índia.
O quinto milhão, alcançado em novembro, viu altas de casos e mortes na Rússia.
Foto: Reprodução/Johns Hopkins