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Temendo gasolina a R$ 8, ala política do governo conduz negociação de PEC

A iniciativa do governo de levar ao Congresso uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que reduza o preço final dos combustíveis nasceu não só da constante reclamação do presidente Jair Bolsonaro de que gasolina e diesel já estão altos, mas também do alerta de especialistas de que os preços possam subir consideravelmente mais, por conta da valorização do petróleo, em um ano eleitoral.

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Nas últimas semanas, chegaram ao Planalto mais de dez projeções de instituições financeiras dando conta de uma alta expressiva no barril do petróleo, que poderia chegar a US$ 100 neste ano e ultrapassar esse valor em 2023. O impacto se daria por fatores internacionais e se somaria a uma maior valorização do dólar frente ao real, provável em ano de eleição no Brasil.

Ministros e assessores de Bolsonaro acreditam que um litro da gasolina a R$ 8 seria um grave problema no caminho da reeleição, sem falar do impacto do diesel na inflação em geral e no mau humor dos caminhoneiros, categoria que já parou no passado e assombra governos.

De acordo com o g1, a saída estudada dentro do governo abriu novas divergências entre as alas política, comandada pelo Centrão, e a ala econômica, por conta de uma potencial perda de arrecadação.

Por meio da PEC, a ser proposta por parlamentares aliados do governo, o governo ganharia o direito de reduzir temporariamente impostos federais tanto do diesel quanto da gasolina. O texto iria definir um valor do preço do barril do petróleo que, se atingido, dispararia um gatilho para a redução tributária.

Discordâncias

O ponto de discordância está na criação de um fundo de estabilização dos preços dos combustíveis – bancado por receitas de royalties. A área econômica vê com reservas a criação de um novo subsídio, o que é vetado por outras leis aprovadas recentemente no Congresso.

Há ainda um detalhe que pode desagradar investidores, o de incluir não só diesel, mas também gasolina, A medida também ampliaria os recursos drenados.

Questionados sobre o impacto pequeno para o consumidor da redução dos impostos federais – menos de R$ 1 no preço final – ministros afirmam que pode haver uma pressão que leve governadores a reduzir, ou manter congelado, o ICMS sobre combustíveis.

Questionados sobre a viabilidade de aprovação de uma matéria complexa em ano eleitoral, ministros do Planalto acreditam que haveria amplo apoio por se tratar de redução de preço de combustíveis.

Foto: Agência Brasil

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