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Alertas de desmatamento na Amazônia batem recorde em outubro, aponta Inpe

Dois dias depois de o ministro do meio ambiente afirmar na COP26 que o “futuro verde do Brasil já começou”, dados apontam que Amazônia Legal teve uma área de 877 km² sob alerta de desmatamento, uma alta de 5% em relação a 2020 e recorde para o mês na série história. Os números foram divulgados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe) nesta sexta-feira (12).

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A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

De acordo com o G1, os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Na COP26, que acontece em Glasgow, na Escócia, o Brasil tem ignorado os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028 (veja detalhes da promessa do Brasil na COP mais abaixo).

Para Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, os dados mostram que o governo brasileiro não tem a menor intenção de cumprir os compromissos assinados na COP26. “As emissões acontecem no chão da floresta, não nas plenárias de Glasgow”.

‘Campeões’ do desmatamento

Mais uma vez, o Pará foi o estado com maior área sob alerta de desmatamento: 501 km². Em seguida vieram Amazonas, com 116 km², Mato Grosso, com 105 km², e Rondônia, com 100 km².

O Acre teve 40 km² sob alerta; Roraima, 8 km²; o Maranhão, 4 km²; o Amapá, 2 km²; e o Tocantins, 1 km².

Na COP26, que está sendo realizada em Glasgow, na Escócia, o Brasil ignorou os recordes de devastação e prometeu acabar com o desmatamento ilegal até 2028.

Para o Observatório do Clima, o Brasil tenta criar uma imagem de país preocupado com a crise climática, mas na prática não é bem assim. “Sob pressão internacional, assinou acordos multilaterais contra o desmatamento e as emissões de metano, vem deixando seus diplomatas trabalharem de forma construtiva na negociação e montou um esquema gigantesco de propaganda com ajuda dos lobbies do agro e da indústria”.

“Em casa, porém, é que reside o tal ‘Brasil real’ de que tanto fala o ministro Joaquim Leite: um país que desmontou as políticas de combate ao desmatamento, maior causa de emissões de gases de efeito estufa, que gastou centenas de milhões de reais em operações militares inócuas e que tem ao menos cinco projetos de lei no Congresso que anistiam o roubo de terras, acabam com o licenciamento ambiental e ameaçam as terras indígenas, barreiras mais eficazes contra a devastação”, diz o Observatório do Clima.

Segundo o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, as etapas para cumprir o objetivo serão as seguintes:

  • Redução de 15% ao ano até 2024;
  • Redução de 40% ao ano em 2025 e em 2026;
  • Redução de 50% em 2027;
  • Zerar o desmatamento ilegal em 2028.

Foto: Evaristo Sá/AFP

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