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Covid: pessoas resistentes à doença inspiram nova tática para vacinas

Entender como algumas pessoas resistem naturalmente à infecção por Covid-19, apesar de estarem claramente expostas ao vírus, pode levar a vacinas melhores, afirmam pesquisadores.

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Segundo o G1, uma equipe da University College London (UCL), no Reino Unido, diz que alguns indivíduos já apresentavam um grau de imunidade à covid antes do início da pandemia.

Isso provavelmente é resultado do seu corpo ter aprendido a combater vírus relacionados àquele que varreu o mundo.

Atualizar as vacinas para copiar esta proteção pode tornar os imunizantes ainda mais eficazes, segundo a equipe.

Células protetoras

Os cientistas monitoraram de perto equipes de um hospital durante a primeira onda da pandemia de Covid-19 — por meio, por exemplo, da coleta regular de amostras de sangue. https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html

Apesar de estarem em um ambiente de alto risco, nem todos no estudo pegaram covid. Os resultados, publicados na revista científica Nature, mostram que algumas pessoas simplesmente conseguiram evitar o vírus.

Parte de seu sistema imunológico foi capaz de controlar o vírus antes que ele se instalasse — o que é conhecido como “infecção abortiva”.

Amostras de sangue revelaram que estas pessoas já tinham (antes da pandemia) células T protetoras, que reconhecem e matam as células infectadas pelo vírus causador da covid.

De acordo com Leo Swadling, um dos pesquisadores, o sistema imunológico delas já estava “pronto” para combater a nova doença.

Os imunizantes são amplamente voltados para a proteína spike, que cobre a superfície externa do vírus causador da covid. No entanto, estas raras células T foram capazes de olhar dentro do vírus e encontrar as proteínas necessárias para sua replicação.

“Os profissionais de saúde que conseguiram controlar o vírus antes de ser detectado eram mais propensos a ter essas células T, que reconhecem o maquinário interno, antes do início da pandemia”, acrescentou Swadling.

Isso significa que mirar nestas proteínas com uma vacina pode oferecer alguma proteção contra todos os coronavírus e novas variantes.

A equipe afirma que as vacinas atuais estão fazendo um excelente trabalho para evitar que as pessoas fiquem gravemente doentes, mas não são tão boas para impedi-las de pegar covid.

“Acho que todo mundo pôde ver que elas poderiam ser melhores”, diz a professora Mala Maini.

Embora quase todo mundo possa ter pego esses coronavírus de resfriado comum, nem todos terão desenvolvido o tipo certo de células T protetoras.

Pode ser que os profissionais de saúde sejam expostos com mais regularidade aos vírus por meio de seu trabalho, e é por isso que alguns deles tinham a proteção.

“As percepções deste estudo podem ser cruciais na concepção de um tipo diferente de vacina”, afirma Alexander Edwards, da Universidade de Reading, no Reino Unido.

“Esperamos que este estudo leve a mais avanços no desenvolvimento de vacinas, pois precisamos de todos os tipos de vacina que pudermos obter.”

Foto: Dado Ruvic

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