“Senado não é lugar de brincadeira”, diz Pacheco sobre gesto de assessor

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse nesta 5ª feira (25.mar.2021) que a Casa “não é lugar de brincadeira” ao se referir ao gesto feito pelo assessor especial para assuntos internacionais do presidente Jair Bolsonaro, Filipe Martins.

Ele fez um gesto considerado obsceno durante uma sessão do Senado nessa 4ª feira (24.mar). Ele diz que, na verdade, estava apenas ajeitando o próprio terno.

Segundo o msn, o episódio foi no início da sessão, enquanto o presidente da Casa anunciava a presença do ministro Ernesto Araújo (Relações Exteriores), que falaria sobre a atuação da pasta na compra de vacinas contra a covid-19.

“Senado não é lugar de brincadeira, Senado é lugar de trabalho, ali nós estávamos trabalhando, buscando soluções, informações de um ministério que está muito aquém do desejado para o Brasil. Então ali era um trabalho muito sério que nós estávamos desenvolvendo e que não pode esse tipo de conduta estar presente num ambiente daquele.”

O gesto feito por Martins pouco antes de ajeitar a lapela de seu terno é parecido com um sinal de “Ok”. No Brasil, faz alusão ao ânus. Nos Estados Unidos, o mesmo gesto é usado por supremacistas brancos que exaltam o que chamam de “White Power” (poder branco).

“Nós queremos aqui uma vez mais repudiar todo e qualquer ato que envolva racismo ou discriminação de qualquer natureza, repudiar qualquer tipo de ato obsceno caso tenha sido essa a conotação no Senado ou fora dele”, declarou Pacheco.

Pacheco disse que, depois de alertado pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), levou o caso para a Polícia Legislativa.

“Determinei à Secretaria-Geral da Mesa que colhesse as imagens e as encaminhasse à polícia legislativa do Senado Federal para que através de um procedimento próprio investigue o fato, materialize a conduta através das provas que devem ser constituídas no procedimento.”

Martins comentou o episódio em seu perfil no Twitter.

“Um aviso aos palhaços que desejam emplacar a tese de que eu, um judeu, sou simpático ao ‘supremacismo branco’ porque em suas mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno: serão processados e responsabilizados; um a um”, escreveu.

Foto: Reprodução Google.