Ao contrário do início da pandemia, os jovens adultos são as principais vítimas da covid-19 no Distrito Federal atualmente. A informação é da professora do curso de saúde coletiva da Universidade de Brasília (UnB), Carla Pintas, convidada do CB. Saúde — parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, nesta quinta-feira (4/3). “Os pacientes que estão, hoje, nas unidades de saúde, são mais novos e sem comorbidade. Ou seja, o tempo de internação desse usuário é maior e, por isso, estamos entrando no colapso”, afirma Pintas.
Na avaliação da especialista, o distanciamento social é fundamental para frear os números assustadores do novo coronavírus na capital. “O primeiro caso de covid no DF foi muito próximo do primeiro nacional. Logo em seguida, o governador decretou lockdown e o fechamento dos serviços. Essa é uma medida extremamente importante do ponto de vista epidemiológico porque se conseguiu frear um pouco o número de casos novos surgindo”, explica.
Carla Pintas analisou que o Distrito Federal vive uma segunda onda da doença após as festas de fim e começo de ano. “A gente teve um grande número de casos em julho e agosto e depois um decréscimo de casos. Depois veio Natal, ano novo, férias e carnaval. E, agora, estamos nesta situação”, disse. “Isso mostra, para quem ainda não acredita, que o distanciamento, as medidas restritivas de acesso aos serviços ainda são as melhores para a contenção da pandemia”, afirma.
A professora da UnB também destacou que a covid-19 é mais cruel em lugares onde a desigualdade social é maior. Ela citou como exemplo a cidade de Ceilândia e as regiões do Entorno. “A gente começa a ver a situação da pandemia quando ela chega nos grandes rincões de pobreza e desigualdade. O local com maior número de casos hoje é Ceilândia. É a maior cidade em população, mas também é uma população extremamente vulnerável”, concluiu.
Nesta quarta-feira (3/3), o Distrito Federal teve a maior média de casos do ano e passou de 300 mil contaminados. Foram 1.520 novos registros da doença em 24 horas — o segundo maior número de 2021 — e 13 mortes. Até o momento, a Secretaria de Saúde contabilizou 4,9 mil mortos em decorrência da covid-19. A média móvel de casos observada nesta quarta é a maior do ano — 1.172
Foto: Luis Alvarenga.