Depois da Mercedes e Ford, é a vez da Audi interromper sua linha de montagem no Brasil. A diferença é que, ao contrário das rivais, a marca do Grupo Volkswagen trata o ocorrido como uma suspensão, e não um encerramento definitivo da produção nacional. Ao menos por enquanto.
A fabricante já tinha confirmado o fim da produção do A3 Sedan em dezembro e a retirada do modelo no site da marca oficializou a saída do carro no mercado. Em nota, a Audi explica que aguarda uma decisão externa e a entrega do dinheiro do IPI por parte do governo para confirmar um novo produto para ser montado em São José dos Pinhais (PR).
“Boa parte dessa decisão passa pela definição do que irá ocorrer com os créditos de IPI acumulados durante os anos de Inovar-Auto e que não foram integralmente devolvidos”, explica a Audi. Segundo a empresa, o governo deve R$ 289 milhões às três alemãs premium que abriram linhas de montagem no país. O valor se refere a benefícios oferecidos pelo governo em troca da produção nacional de carros da Audi, BMW e Mercedes.
A empresa afirma que fez “todos os estudos necessários para trazer um novo modelo para a nossa linha de produção”, indicando que a decisão final caberá à matriz, levando em conta fatores locais, incluindo o imbróglio do IPI.
Impasse alemão
Segundo o AutoEsporte, essa é a segunda vez que a Audi deixa de fabricar no Brasil. A outra ocasião foi em 2006, com o término da montagem local da primeira geração do A3. O hatch era feito junto com o Golf, e a própria fábrica era operada simultaneamente pela Volkswagen e Audi.
De 2006 a 2015 apenas a Volkswagen manteve produção no local. Há seis anos a empresa de Ingolstadt retomou a linha paranaense com os (então) inéditos A3 Sedan e Q3. O SUV compacto deixou de ser fabricado no Brasil em 2019.
Atualmente a fábrica é responsável pela montagem do Fox e do T-Cross. A unidade é cotada para receber a linha da inédita Tarok, picape monobloco feita sobre a plataforma do Polo para concorrer com a Fiat Toro.
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