Em funcionamento há pouco mais de dois meses no Brasil, o Pix ainda enfrenta algumas barreiras para entrar de vez no cotidiano do comércio. Se, por um lado, o serviço promete deixar as antigas TEDs e DOCs para trás quando o assunto é transferência entre pessoas físicas — já que permite transações em segundos e de forma gratuita –, por outro é pouco explorado pelas gigantes do varejo. Dada à proximidade do lançamento da plataforma com datas importantes para o comércio, como Black Friday e Natal, alguns comerciantes estavam receosos em adotar o Pix logo de cara. Além disso, havia também o desafio de integração entre os software das lojas. Contudo, aos poucos, os obstáculos estão sendo superados. O Mercado Pago, fintech do grupo Mercado Livre, anunciou na quinta-feira, 28, que irá operar as transações de Pix para o Burger King e C&A.
Além da varejista e da rede de fast food, a Americanas já havia adotado a funcionalidade. Para incentivar o uso do Pix, a empresa oferece 5% em itens selecionados nos departamentos de telefonia, informática, eletrodomésticos e eletrônicos para quem escolher esse meio de pagamento.
No caso das operações do Mercado Pago, a parceria entre a empresa e o Burger King começou em 2019. As ações promocionais já distribuíram mais de 10 milhões de reais em descontos, principalmente durante a Black Friday. Agora, o negócio vai se estender para a utilização do Pix nos restaurantes do Burger King e da rede Popeyes até o fim do primeiro trimestre. Assim, todas as operações realizadas pela nova modalidade de transferências nos restaurantes serão transacionadas exclusivamente pelo Mercado Pago. No caso da C&A, o pagamento pelo Pix poderá ser feito nas lojas físicas, por meio de QR Code.
Segundo a Veja, o Mercado Pago já oferecia o Pix como forma de pagamento para pequenas e médias empresas, mas este é o primeiro passo para alcançar companhias maiores. “As grandes varejistas começam a avançar no uso do Pix, e o Mercado Pago segue fomentando o uso da sua plataforma em redes dos mais diversos setores, como moda, supermercados, redes de farmácia, entre outros. Preparamos o terreno para que nossos clientes pudessem se adaptar ao Pix e receber por meio de nossas maquininhas e pelo aplicativo”, afirma Tulio Oliveira, vice-presidente do Mercado Pago. A fintech encerrou 2020 com 10 milhões de vendedores ativos, de pequenos negócios a grandes redes.
Segundo o Banco Central, o Pix já possui 56 milhões de usuários, alcançando 26% da população brasileira. Ao todo, são mais de 147 milhões de chaves cadastradas e 203 bilhões de reais movimentados até então.
Foto: Nicolas Nogueira.