O professor de filosofia, Renê Von Brown Nascimento Machado, de 33 anos, morreu por Covid-19, no Hospital de Clínicas, em Campina Grande, no último domingo (24). Sem fazer parte do grupo de risco da doença e sem ter comorbidades, ele passou 20 dias internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu às complicações causadas pelo novo coronavírus.
Renê Von Brown, como era conhecido, começou a sentir os sintomas da infecção durante as comemorações de fim de ano em família, que aconteceram em Sousa, cidade natal da esposa Sabrina Vieira, de 31 anos.
“Fomos muito felizes”, lembrou a esposa de Renê ao lamentar a morte dele.
Eles estavam reunidos com o filho de um ano, os pais de Sabrina, a irmã, o cunhado e a filha do casal, para a confraternização em família.
“Ele não admitia que ficássemos em aglomerações, sequer íamos à praia”, afirmou a esposa.
Segundo Sabrina, eles podem ter viajado infectados, já que Renê sentiu os sintomas dois dias após a chegada em Sousa. Após uma corrida, no dia 23 de dezembro, o professor chegou em casa com dores no corpo. Três dias depois, os sintomas se agravaram com febre. No oitavo dia de sintomas, ele passou por um exame médico que constatou 60% de comprometimento pulmonar.
Renê foi transferido para o Hospital de Clínicas, em Campina Grande, com um cateter nasal, mas sem falta de ar. A evolução do paciente foi gradativa e ele passou 20 dias entubado. Durante os 15 primeiros dias ele teve uma boa recuperação, mas a Covid-19 desenvolveu uma infecção pulmonar causada por uma bactéria que não respondeu ao tratamento com antibióticos. Na madrugada do domingo (25), Renê teve uma parada respiratória e morreu.
Sabrina e a mãe, Francisca Ernalda, também se infectaram. Mas de forma leve, com perda de olfato e paladar.
Em nota, o diretor escolar André do Egito, da ECIT Daura Santiago Rangel, instituição que Renê trabalhava, lamentou o falecimento precoce do professor. “A equipe ECIT Daura Santiago presta nossa solidariedade à familiares e amigos do professor Renê por esta irreparável perda”, ressaltou.
Acsia Lino, professora de Sociologia e colega de trabalho na mesma instituição, contou ao G1 que Renê era uma pessoa consciente de seus direitos e deveres como cidadão e lutador pela causa da educação pública e de qualidade.
Os professores estavam, segundo ela, discutindo como seriam os procedimentos de volta às aulas na escola este ano, que era visto como um equívoco pelo professor Renê antes da vacinação da categoria da educação, sobretudo frente ao novo avanço de casos da Covid-19 na Paraíba.
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