Carlinhos Maia e o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PSB), serão intimados pelo MP-AL (Ministério Público de Alagoas) na próxima semana. O influenciador e o político deverão dar explicações a respeito da afirmação de Carlinhos de que ele teria sido convidado para ser um dos primeiros vacinados contra a Covid-19 em Alagoas. A intenção do órgão é investigar se o convite de fato aconteceu e se a vacinação do Estado está ocorrendo da forma como deveria, ou seja, seguindo a ordem dos grupos prioritários. A informação foi confirmada à Quem através de um comunicado divulgado pela assessoria de comunicação do MP-AL nesta sexta-feira (22).
“O Ministério Público de Alagoas (MPAL), por meio da 67ª Promotoria de Justiça da Saúde, diante dos fatos narrados pelo influencer Carlinhos Maia, irá instaurar procedimento preparatório para apurar a afirmação de que teria recebido o convite para posar como uma das primeiras pessoas a ser vacinada contra a Covid-19 em Alagoas. O Ministério Público, no seu papel constitucional, preservará, com o rigor da lei, a lisura e a legalidade da vacinação em Maceió e em todo Estado”, diz a nota.
Segundo a assessoria, foi instaurado o Procedimento Preparatório (PP) e o próximo passo será ouvir Carlinhos e o prefeito. Os dois provavelmente serão oficiados na semana que vem. Esta semana, em decorrência da fiscalização das vacinas, não serão feitas as notificações.
ENTENDA O CASO
No dia 18 de janeiro, Carlinhos Maia publicou no Twitter que havia sido convidado para ser um dos primeiros vacinados de Alagoas. Segundo o influenciador, a ideia seria que ele divulgasse a vacinação e incentivasse seu público a tomar a vacina para o novo coronavírus. Ele alegou que recusou a proposta por não achar justo ser vacinado antes das pessoas que se mantiveram em isolamento ao longo da pandemia.
“Me convidaram aqui no meu estado para ser um dos primeiros a tomar a vacina. Não acho justo com quem ficou em casa todo o esse tempo, não aceitei. Mas filmarei mesmo assim para incentivar ainda mais a vacinação dentro do público que me segue”, disse, na ocasião.
Logo depois do post de Carlinhos, a Secretaria de Estado da Comunicação publicou um comunicado negando o convite. O órgão afirmou que as 71 mil doses da vacina disponíveis em Alagoas seriam distribuídas pelos grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde e que não havia sido feita nenhuma proposta para pessoas fora desses grupos.
“A Secretaria de Estado da Comunicação informa que as 71 mil doses de vacina que começam a ser aplicadas nesta terça-feira (19/01) serão destinadas exclusivamente ao grupo prioritário definido pelo Ministério da Saúde. Estão neste grupo os profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à COVID-19, indígenas e idosos residentes em abrigos. Não procedem informações de convites feitos a qualquer cidadão fora deste grupo”, dizia o post.
Foto: Reprodução Google.