Enquanto aguardava em solo, no Recife, o avião brasileiro da Azul, com seus 11 pilotos e assistentes, e as tratativas diplomáticas para a compra de 2 milhões de doses de vacina não avançavam, a Índia estava em sua própria contagem regressiva. O Brasil e o mundo assistirão hoje a largada da maior campanha de vacinação contra a Covid-19 do planeta. Principal fabricante do mundo de vacinas e insumos médicos, ao lado da China, a Índia promete primeiro imunizar agentes de saúde, pessoas com comorbidades e acima dos 50 anos – num total de 300 milhões de cidadãos.
Segundo o R7, durante a semana passada, aviões de carga fizeram chegar à cidades indianas 16,5 milhões de doses de vacinas. Para se ter uma idéia do gigantismo da operação, em todo o mundo, até o momento, foram aplicadas cerca de 35 milhões de doses, segundo a Universidade de Oxford, num esforço global iniciado há 40 dias, primeiramente pelo Reino Unido.
A operação de guerra para vacinar um dos países mais populosos do planeta – cerca de 1,4 bilhões se habitantes – é a principal esperança de retomada da normalidade da atividade econômica. Em pronunciamento em rede nacional, o primeiro ministro Narenda Modi fez um apelo para que a população confie na segurança das vacinas. Duas fórmulas obtiveram autorização para uso emergencial: a Astrazeneca/Oxford e a de fabricação indiana, da companhia Bharat Biotech.
Em outro estágio da batalha por imunização, o Brasil vive momentos de pré-definição tanto para a autorização de uso emergencial quanto para a compra governamental da vacina. Sem previsão para a decolagem para Mumbai, o avião etiquetado pelas autoridades brasileiras com dizeres nacionalistas conclamando à união decolaria nesta sexta para um destino doméstico: Manaus, levando no compartimento de carga cilindros de oxigênio hospitalar para a operação de socorro ao colapso do sistema de saúde da capital do Amazonas.
Foto: Reprodução Google.