Final da Libertadores coloca Bolsonaro e Doria em lados opostos

O presidente Jair Bolsonaro pretende ir à partida final da Copa Libertadores da América. O jogo será disputado em 30 de janeiro, no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. De um lado da disputa estará o Santos Futebol Clube e, de outro, o Palmeiras, clube do coração do mandatário.

Mas o duelo não acontecerá apenas dentro de campo. Fora dele, de um lado, o presidente, palmeirense, e do outro, o rival político declarado João Doria (PSDB), governador de São Paulo e provável candidato à Presidência em 2022. Doria é santista, e comemorou a classificação do time na noite dessa 4ª feira (13.jan), com vitória por 3 a 0 sobre o Boca Juniors (ARG).

Segundo o msn, Bolsonaro disse em 28 de dezembro de 2020 que participaria do evento esportivo e que manteria a neutralidade caso os 2 times se enfrentassem. A declaração foi feita em um jogo beneficente promovido pelo ex-jogador Narciso, na Vila Belmiro, casa da agremiação santista.

É comum ver Bolsonaro perguntar para apoiadores se acompanham as partidas do Palmeiras. Enquanto as disputas da Libertadores aconteciam, o presidente vibrava e comentava a evolução do time com a claque do Palácio da Alvorada.

A Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência confirma que está prevista a ida do presidente à partida final da Libertadores. Diz que não há mais detalhes, por enquanto.

A final única da Copa não terá público. A medida, anunciada pela Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) em 5 de janeiro foi tomada por causa da pandemia do novo coronavírus.

“A atual situação de pandemia covid-19, ainda em expansão na América do Sul, não permite a realização de um evento desta magnitude e importância com presença de público, ainda que seja com capacidade reduzida”, afirmou a confederação em comunicado publicado em seu site.

Procurada, a assessoria de imprensa do governador não respondeu se Doria pretende ir ao Maracanã para assistir ao jogo.

Embate público

Doria e Bolsonaro discordam publicamente e com frequência. O último embaraço entre os 2 políticos aconteceu nessa 4ª feira (13.jan), quando o presidente ironizou a eficácia da vacina CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

Bolsonaro disse que está há 4 meses “apanhando” por causa da vacina, mas que agora a população “está vendo a verdade”. A declaração, feita a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, veio 1 dia depois de o governo de São Paulo anunciar que a eficácia global da CoronaVac é de 50,38%.

“Essa de 50% é uma boa ou não?”, perguntou Bolsonaro a um dos apoiadores.

O governador reagiu. Afirmou que Bolsonaro “brinca de ser presidente”

Foto: Sérgio Lima.