A plataforma de vídeos YouTube, de propriedade do Google, suspendeu na madrugada desta quarta-feira, 13, o canal do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e deletou um de seus vídeos por violar sua política contra discurso de ódio. A suspensão ficará em vigor por “pelo menos sete dias”, depois de ter recebido um “primeiro aviso”, afirmou a empresa em comunicado.
“Devido às preocupações com o risco atual de violência, suprimimos o novo conteúdo postado no canal de Donald J. Trump por violação de nossas políticas”, escreveu a plataforma de vídeo.
O conteúdo em questão é a entrevista coletiva na qual o presidente negou qualquer responsabilidade pela invasão ao Congresso na semana passada por uma multidão de apoiadores, interrompendo momentaneamente a certificação da vitória eleitoral do democrata Joe Biden. Ao menos cinco pessoas morreram, incluindo um policial, e diversas ficaram feridas.
Segundo a Veja, no início da terça-feira, Trump recusou-se a assumir qualquer responsabilidade pela invasão ao Congresso. O líder americano também disse que os esforços da Câmara para iniciar um processo pelo seu impeachment, acusando-o de incitar uma insurreição, são “absolutamente ridículos”.
Os vídeos que não violam as regras da empresa continuam disponíveis, mas, depois de três avisos, o perfil pode ser bloqueado definitivamente. O canal do presidente no site tem 2,78 milhões de inscritos.
Na semana passada, o Facebook suspendeu as contas de Trump após a violenta invasão ao Congresso.
“Os eventos chocantes das últimas 24 horas demonstraram que o presidente dos Estados Unidos irá usar seu tempo restante de mandato para minar uma transição pacífica e legítima de poder ao seu sucessor, Joe Biden”, afirmou o CEO da rede social, Mark Zuckerberg, segundo o qual as ações do republicano de usar a plataforma para minimizar em vez de condenar os atos de violência de seus apoiadores no Capitólio “perturbou as pessoas nos Estados Unidos e no mundo”.
O Twitter, plataforma preferida do presidente, foi ainda mais longe, suprimindo por completo a conta de Trump. Outras redes sociais, como Snapchat e Twitch, também adotaram ações similares.
Em um post no blog da companhia, o Twitter detalhou a decisão, dizendo que perfis de autoridades eleitas e líderes mundiais não podem estar totalmente acima das regras da plataforma e nem usá-la para incitar violência.
Usuários das redes sociais já vinham pressionando as plataformas por medidas mais drásticas contra discursos extremistas.
Foto: Mandel Ngan.