O ex-governador Ricardo Coutinho recebeu R$ 500 mil de propina repassada pelo empresário Daniel Gomes da Silva, em duas oportunidades, como forma de doação para a campanha do socialista ao Governo do Estado no pleito de 2010. É o que consta na nova denúncia feita pelo Ministério Público do Estado da Paraíba (MPPB).
Segundo o Paraíba.com, na denúncia do MPPB, consta que, inicialmente, houve um encontro entre o empresário Daniel Gomes (ex-operador Cruz Vermelha/RS) e Ricardo Coutinho, em um hotel em João Pessoa, dias antes das eleições estaduais, definido e articulado por Aracilba Rocha, ex-secretária Livânia Farias (Finanças) e Fabrício Suassuna, filho do ex-senador Ney Suassuna, que foi o cabeça da aproximação de Daniel com Ricardo. Segundo o MPPB, durante o encontro, Ricardo Coutinho demonstrou interesse em firmar parcerias na área de saúde com Daniel Gomes, caso vencesse as eleições, e recebeu na oportunidade das mãos de Livânia Farias R$ 200 mil em espécie, na presença de Aracilba e Fabrício. Conforme a denúncia, o dinheiro foi repassado no interior de um veículo em frente ao hotel.
De acordo com o Ministério Público, após o processo eleitoral, Ricardo Coutinho, já eleito governador, se reuniu novamente com Daniel Gomes e recebeu mais R$ 300 mil de propina, totalizando R$ 500 mil, que, segundo Ricardo, seriam para pagar dividas contraídas durante a campanha política. A denúncia aponta, ainda, que o repasse do dinheiro foi feita a uma conta, indicada pela ex-secretária de Finanças, como forma de doação oficial em benefício do PSB. O negócio mais uma vez foi concretizado com a interlocução de Livânia e apoio de Aracilba e Fabrício Suassuna.
O MPPB constatou, através de provas, que Daniel Gomes pediu empréstimo ao seu pai, David Gomes da Silva, que, se confundindo e acabou fazendo a doação por meio de uma conta do seu tio, Jayme Gomes da Silva.
A quinta denúncia do MPPB contra Ricardo Coutinho e mais 12 pessoas é subscrita pela Procurador-Geral de Justiça, Promotores integrantes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (GAECO) e da Comissão de Combate aos Crimes de Responsabilidade e a Improbidade Administrativa (CCRIMP). A denúncia é resultado de investigações realizadas no âmbito da “Operação Calvário”, deflagrada pela Polícia Federal, sobre irregularidades praticadas pela “Cruz Vermelha” na administração do Hospital de Emergência e Trauma, na Capital.
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