Mirtes Renata, mãe do menino Miguel, de apenas 5 anos, morto ao cair do 9º andar de um prédio em Recife (PE), na última terça-feira (02/06), disse que faltou paciência à patroa, Sari Corte Real, esposa de Sérgio Hacker (PSB), prefeito de Tamandaré, município do litoral sul de Pernambuco. Sari estava com a criança momentos antes da queda.

“Ela confiava os filhos dela a mim e à minha mãe. No momento em que confiei meu filho a ela, infelizmente ela não teve paciência para cuidar, para tirar [do elevador]”, desabafou a mulher em entrevista à TV Globo. “Eu sei, eu não nego para ninguém: meu filho era uma criança um pouco teimosa, queria ser dono de si e tudo mais. Mas assim, é criança. Era criança”, lamentou.

Miguel brincava com a filha dos patrões da mãe quando ela precisou descer para passear com a cadela da família e avisou às crianças que nenhuma delas iria junto. Depois disso o filho saiu sozinho para tentar encontrá-la, entrou no elevador e acabou subindo de andar em vez de descer para onde estava Mirtes.

Ele foi até o 9º andar, onde escalou a grade de uma área comum dos aparelhos de ar-condicionado do prédio e acabou caindo.

A mãe do menino contou que o passeio com o animal foi rápido e próximo ao edifício onde trabalhava. Na volta da caminhada, enquanto buscava uma encomenda, soube que alguém tinha caído. Quando foi ver quem era, descobriu que era Miguel. “Vi meu filho ali, estirado no chão”, lembrou.

Miguel foi levado para o hospital no carro da patroa de Mirtes, Sari Corte Real. “Não demorou muito e tivemos a notícia que meu filho virou estrelinha, que está lá com Jesus e Maria. Está no colo de Maria”, relatou a mãe.

Identidade preservada

Segundo o Metrópoles, Mirtes também reclamou do fato de a identidade da patroa não ter sido revelada pela polícia. “Se fosse eu, meu rosto estaria estampado, como já vi vários casos na televisão. Meu nome estaria estampado e meu rosto estaria em todas as mídias. Mas o dela [patroa] não pode estar na mídia, não pode ser divulgado”. Mirtes diz que trabalha para o prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker.

Apesar dessa informação, a Polícia Civil, que autuou a empregadora de Mirtes por homicídio culposo, não divulgou o nome da mulher. Ela foi presa em flagrante, mas pagou a fiança no valor de R$ 20 mil e foi solta.

O delegado responsável pelo caso, Ramon Teixeira, revelou ao G1 que as câmeras do circuito interno de segurança do condomínio gravaram o momento em que a mulher permitiu que Miguel entrasse sozinho no elevador. É possível também ver que ela falava com o menino, mas que o deixava dentro do elevador.

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