Interferência na Polícia Federal era de Sergio Moro, não de Jair Bolsonaro. A afirmação foi feita pelo deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) em entrevista ao CB.Poder — uma parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta terça-feira (19/5). O parlamentar é um dos articuladores pela criação do partido Aliança Pelo Brasil e próximo ao presidente Bolsonaro. Ele defendeu que, ao discordar da indicação de Bolsonaro para o comando da Polícia Federal, Moro tentou manter sua interferência na instituição por interesses desconhecidos.

“Elegemos Bolsonaro, não Moro. Quem estava concretizando uma interferência na PF foi Moro. Ele fez isso, tentou inclusive nomear pessoas com ideologia diferente do presidente. Bolsonaro abriu mão dessa prerrogativa e deu a Moro. Quando ele quis tomar isso de volta, Moro não aceitou. Quais os interesses dele em manter sua interferência na Polícia Federal? Ele nomeou alguém e quando Bolsonaro quis trocar, ele não quis aceitar”, disse o deputado federal.

Ele também afirmou que não acredita que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) será instaurada para investigar uma tentativa de interferência de Bolsonaro na PF. “O que Moro disse naquela manhã está sendo desmontado pelos depoimentos que estão sendo feitos. O próprio Valeixo desmentiu várias coisas que Moro disse. Em seu depoimento, Valeixo diz que nunca recebeu pedido para trocar o superintendente do Rio. Moro se contradiz, porque ele mesmo falou em entrevistas anteriores que Bolsonaro sempre deixou ele trabalhar, nunca tentou interferir na PF. Isso já desmonta o que ele disse”, defendeu Barros.

O parlamentar falou sobre empresário Paulo Marinho, a quem chamou de “embusteiro”. Marinho afirmou ter provas de que teria recebido informações da PF com antecedência sobre investigações do caso Queiroz. A Operação Furna da Onça, deflagrada em 2018, mirava em um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). “Ele é um embusteiro em busca de 15 minutos de fama já que é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro. Por que ele não denunciou à época dos fatos? Se ele não denunciou, prevaricou. Se isso tiver acontecido, prevaricou porque isso o levaria a ter vantagens eleitorais. Estamos vendo a mesma estratégia de Sergio Moro sendo utilizada por Paulo Marinho. Ambos falam que presenciaram atos ilícitos, mas não denunciaram à época dos fatos”, disse ele.

Segundo o Correio Braziliense, Filipe Barros disse ainda que concorda com o presidente sobre a necessidade de flexibilizar o isolamento. Para ele, as consequências econômicas do fechamento da economia já são piores em muitas famílias do que a própria pandemia. “A tendência é que o caos econômico comece a chegar ao nosso país. Infelizmente o que eu tenho percebido é que alguns governadores encabeçados por Doria estão apostando no caos para chegar ao poder em 2022”, disparou.

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