O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) afirmou, nesta sexta-feira (15), que está preocupado com a instabilidade no Ministério da Saúde. O comunicado foi divulgado após a exoneração do ministro Nelson Teich, que ficou menos de um mês no cargo.
O texto declara que “não é o momento de jogar mais dúvidas neste cenário, que tem infligido tanta dor, sofrimento e morte aos brasileiros”.
“A instabilidade e a falta de ações coordenadas e claras são inimigas da saúde e da vida”, diz o comunicado.
O órgão reforça a gravidade da situação – até esta sexta-feira, o Brasil já registrava mais de 14 mil mortes causadas pela Covid-19. “Estamos diante da maior calamidade na saúde pública, com o maior número de mortos de nossa história recente”.
Exoneração de Teich
Em nota, o Ministério da Saúde informou que Nelson Teich pediu para deixar o cargo. Assessores da pasta, no entanto, disseram que ele foi demitido.
Teich tomou posse em 17 de abril, menos de um mês após substituir Luiz Henrique Mandetta. Assim como seu antecessor, também apresentou discordâncias em relação às medidas de combate ao coronavírus defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro.
Nos últimos dias, o presidente e Teich tiveram desentendimentos sobre:
- o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 (doença causada pelo vírus) – Bolsonaro quer alterar o protocolo do SUS e permitir a aplicação do remédio desde o início do tratamento;
- o decreto de Bolsonaro que ampliou as atividades essenciais no período da pandemia e incluiu salões de beleza, barbearia e academias de ginástica;
- detalhes do plano com diretrizes para a saída do isolamento. O presidente defende uma flexibilização mais imediata e ampla.
Teich foi ao Palácio do Planalto nesta manhã para uma reunião com Bolsonaro. Em seguida, ele voltou para o prédio do Ministério da Saúde. A demissão foi anunciada logo depois.
Crédito imagem: Adriano Machado/Reuters
News Paraíba com G1