Ciente de que Nelson Teich está no limite e pode se demitir do governo por não concordar com a glorificação da cloroquina, Jair Bolsonaro decidiu mostrar ao subordinado que não depende dele para tocar seu programa no Ministério da Saúde.

Bolsonaro, é notório, não gosta de se sentir desafiado por seus auxiliares e encara como afronta quando um deles — que o diga Mandetta e Sergio Moro – revela ter limites ao receber pedidos espinhosos do chefe.

É o caso de Teich. Ele nem chegou direito ao governo e já enfrenta o processo de despedida vivenciado por Mandetta. Nesta semana, o presidente, irritado com a decisão de Teich de não defender a glorificação da cloroquina, chamou o general Eduardo Pazuello, número dois da Saúde, e perguntou se ele aceitaria o cargo, caso Teich saísse. Pazuello aceitou.

O ministro da Saúde, aliás, já deu sinais a auxiliares que anda arrependido de ter topado a intervenção militar proposta por Bolsonaro na sua gestão. Teich é o chefe, mas não manda no subordinado Pazuello, que presta contas diretamente ao presidente. “Teich veio para ser o cérebro. O problema é que não avisaram o corpo (Pazuello)”, diz um auxiliar do ministro.

Crédito imagem: Valter Campanato/Agência Brasil

News Paraiba com coluna Radar, da Veja