Durante coletiva de imprensa bombástica realizada na manhã desta sexta-feira (24) o agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, pediu demissão do cargo horas após a exoneração de Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da Polícia Federal pelo presidente da república, Jair Bolsonaro.

Desde a tarde desta quinta, quando saiu de uma reunião com Bolsonaro, onde foi comunicado da decisão de demitir Valeixo, Moro dava sinais de que deixaria o governo, caso o delegado da PF fosse exonerado, o que deu início a um processo de ruptura entre ambos.

Para Moro, o ato representa interferência política na instituição, o que “desorganizaria” a estrutura da Polícia Federal e que não foi aceito pelo então ministro, que alega que ainda foi comunicado pelo presidente que outros cargos de superintendentes seriam trocados, mas sem nenhum embasamento técnico. O que Moro não aceitou, ao revelar detalhes da conversa que teve com o presidente ontem.

O sinal de alerta foi ligado e vários interlocutores iniciaram uma operação para segurar o ex-juiz no cargo, o que acabou não acontecendo.

A assessores, Moro já havia adiantado que deixaria o ministério com a saída do aliado.

Esta é a segunda crise política provocada pelo presidente durante a pandemia do Coronavírus no país. Há uma semana Bolsonaro demitia Luís Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, depois de uma novela que durou semanas. Na visão do presidente, Mandetta ficou grande demais devido ao trabalho realizado perante a opinião pública à frente dos trabalho de enfrentamento ao vírus, o que acabou elevando sua popularidade, causando incômodo no mandatário.

Juiz responsável pela Operação Lava Jato que deixou a carreira de 22 anos na magistratura para entrar no governo a convite do presidente, Sérgio Moro tornou-se símbolo da bandeira anticorrupção no país e conferia ao governo parte da credibilidade que desfruta junto aos seus apoiadores.

Agora com o ex-magistrado fora do controle do Planalto, espera-se que um novo braço da diretora se origine no país e siga Moro, que deve figurar como forte candidato a presidente da república, em oposição a Bolsonaro, no pleito de 2022.

A saída de Moro gera enorme desgaste à imagem de Bolsonaro e do governo.

Jorge Oliveira, Secretário Geral da Presidência da República, deve ser o novo indicado para o cargo de Ministro da Justiça e Segurança Pública.

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