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Mesmo com recomendação de monitoramento por coronavírus, Bolsonaro participa de ato em Brasília

O presidente Jair Bolsonaro deixou a residência oficial do Palácio da Alvorada no início da tarde deste domingo (15) para participar, de carro, de uma manifestação a favor do governo. Bolsonaro foi ao ato mesmo após ter recebido recomendações de se manter em monitoramento por causa do surto de coronavírus.

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Na sexta-feira (13), Bolsonaro fez um exame para o vírus, que deu negativo. Naquele dia, ao sair para trabalhar, ele conversou a distância com apoiadores e disse que não daria a mão para cumprimentar as pessoas, como faz de costume.

“Apesar de o meu teste ter dado negativo, eu não vou apertar a mão de vocês. Nunca tinha visto ali qualquer problema. Se bem que, para a imprensa que está ouvindo ali, se eu tivesse com o vírus ou não tivesse, não estaria sentido nada. Vida segue normal, um grande desafio pela frente, muitos problemas para serem resolvidos”, afirmou o presidente na ocasião.

Cinco pessoas que viajaram com o presidente para os Estados Unidos fizeram os exames e descobriram que pegaram coronavírus.

Em uma transmissão pela internet na quinta (12), Bolsonaro apareceu de máscara ao lado de Mandetta. O presidente disse que seus apoiadores deveriam repensar as manifestações deste domingo, por causa do coronavírus. “Nossa saúde e de nossos familiares devem ser preservadas”, afirmou ele na transmissão.

Após deixar o Palácio da Alvorada neste domingo, de carro oficial, o presidente se dirigiu para o Eixo Monumental, onde estava ocorrendo a manifestação. Bolsonaro não desceu do carro. Ao saberem que se tratava do veículo presidencial, apoiadores começaram a acenar, gritar palavras de ordem e a seguir o carro.

A manifestação em Brasília teve críticas ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF), algumas delas inconstitucionais e ilegais, como faixas pedindo intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF.
Bolsonaro primeiro subiu o Eixo Monumental em um sentido, depois fez a volta para percorrer o sentido oposto. Nesse momento, a quantidade de carros que o seguia diminuiu. O presidente foi até o Palácio do Planalto, local de trabalho, que não costuma frequentar aos domingos. Lá, subiu a rampa que fica na entrada e, da parte de cima, ficou acenando para as pessoas que começaram a se reunir na rua.

O presidente abriu uma transmissão ao vivo na internet no momento em que estava em cima da rampa do palácio:

“Não tem preço o que esse povo está fazendo, apesar de eu ter sugerido, eu não posso mandar, a manifestação não é minha, o adiamento, dado esse vírus”, disse Bolsonaro.

Depois ele desceu até a rua para cumprimentar os apoiadores. Ele pegou na mão das pessoas, contrariando o que tinha dito na sexta.

Mais cedo, Bolsonaro havia compartilhado em suas redes sociais imagens de atos pró-governo em cidades do país.

Coronavírus

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está sugerindo medidas para os governos e também para as pessoas para tentar conter a pandemia do novo coronavírus. A organização tem reforçado a importância das atitudes de cada pessoa para tentar controlar a disseminação da doença e também manter a sustentabilidade dos sistemas de saúde.

Segundo os especialistas ouvidos pelo G1, todas as medidas tomadas até agora estão sendo para evitar o colapso no sistema de saúde. A ideia é que a infecção não aconteça em um número grande de pessoas ao mesmo tempo para que haja um prazo maior de ação. Por isso, segundo eles, as atitudes individuais e coletivas de prevenção são fundamentais.
Alguns dos pontos destacados pelos especialistas, são:

  • As principais forma de ações individuais são: higienizar as mãos, tossir ou espirrar no braço e evitar sair de casa no caso de sintomas.
  • As principais ações coletivas, são: evitar aglomerações e ir em hospitais somente em caso de emergência.
  • Caso haja uma contaminação rápida e elevada da população, o sistema de saúde pode entrar em colapso.
  • Um dos pontos de atenção, no Brasil, é a quantidade de leitos de UTI, que pode ser um problema em caso de descontrole dos contágios.
  • As atitudes tomadas pelos agentes públicos são para evitar o colapso.
  • As ações só funcionarão se houver colaboração da sociedade.

Na quinta-feira, o Ministério da Saúde fez as seguintes recomendações:

  • Evitar apertos de mão, não compartilhar alimentos e bebidas, aumentar a distância social, reduzir a exposição a lugares lotados.
  • Idosos e doentes crônicos devem evitar locais com aglomeração: cinema, shoppings, shows e viagens.
  • Mudar rotina no transporte público.
  • Fazer exercícios ao ar livre. Academias podem estimular horários alternativos e reforçar higiene de equipamentos.
  • Comprar suprimentos que devem estar sempre à mão, para evitar sair se ficar doente ou precisar cuidar de alguém doente. Ao mesmo tempo, fazer isso de forma racional e evitar compras desnecessárias.
  • Quem usa medicamentos contínuos deve pedir prescrições com validade mais prolongada, para evitar ter que ir a uma unidade de saúde no período entre o outono e o inverno.
  • Fazer compras fora do horário de pico.

Crédito imagem: Reprodução

News Paraíba com G1

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