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Dólar chega a R$ 4,38, mas passa a cair após atuação do BC

O dólar começou a quinta-feira (13) batendo novas máximas e chegando a R$ 4,38, após quatro quatro recordes consecutivos em relação ao real. Cerca de uma hora após o início dos negócios, no entanto, a moeda mudou de rumo e passou a cair, depois que o Banco Central anunciou um leilão extra de contratos de swap cambial.

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Às 16h28, a moeda norte-americana era vendida a R$ 4,3427, em queda de 0,18%. Na máxima do dia até o momento, chegou a R$ 4,3830. Já o dólar turismo era negociado na casa de R$ 4,53, sem considerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar encerrou o dia vendido a R$ 4,3505, em alta de 0,55%. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,3535, também o maior valor nominal (ou seja, sem considerar a inflação) já alcançado durante as negociações. No mês, o dólar acumula valorização de 1,53% e, no ano, de 8,5%.

Já o dólar turismo, vendido nas casas de câmbio, fechou a R$ 4,54 sem acréscimo do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Leilão de swap

Segundo o G1, o Banco Central vendeu nesta quinta-feira todos os contratos de swap tradicional da oferta de até 20 mil, com vencimentos em agosto, outubro e dezembro de 2020, num leilão que se seguiu à disparada do dólar à máxima histórica de R$ 4,38.

Por meio dos contratos de “swap cambial”, o BC realiza uma operação que equivale à uma venda de moeda no mercado futuro (derivativos), o que reduz a pressão sobre a alta da moeda.

Os swaps são contratos para troca de riscos: o BC oferece um contrato de venda de dólares, com data de encerramento definida, mas não entrega a moeda norte-americana. No vencimento desses contratos, o investidor se compromete a pagar uma taxa de juros sobre o valor deles e recebe do BC a variação do dólar no mesmo período.

Esses contratos servem também para dar “proteção” aos agentes que têm dívida em moeda estrangeira – neste caso, quando o dólar sobe, eles recebem sua variação do BC.

Polêmica

O câmbio virou motivo de polêmica na quarta-feira. Em evento em Brasília, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o dólar mais baixo permitia empregadas domésticas irem à Disney, nos Estados Unidos. O ministro acrescentou que a alta do dólar fará “todo mundo conhecer o Brasil”.

“Não tem negócio de câmbio a R$ 1,80. Vou exportar menos, substituição de importações, turismo, todo mundo indo para a Disneylândia. Empregada doméstica indo pra Disneylândia, uma festa danada. Mas espera aí? Espera aí. Vai passear ali em Foz do Iguaçu, vai ali passear nas praias do Nordeste, está cheio de praia bonita. Vai para Cachoeiro do Itapemirim, vai conhecer onde o Roberto Carlos nasceu. Vai passear no Brasil, vai conhecer o Brasil, que está cheio de coisa bonita para ver”, declarou.

Redução dos juros

A redução sucessiva da Selic desde julho de 2019 diminuiu o diferencial de juros entre Brasil e outros pares emergentes, o que pode tornar o investimento no país menos atrativo para estrangeiros e gerar um fluxo de saída de dólar. Isso elevaria a cotação da moeda.

Um dos bancos que tem recomendado emergentes que oferecem diferencial de juros maior é o Credit Suisse. “Temos preferido apostar em moedas que oferecem altas taxas de juros reais e nominais, um balanço de pagamentos estável e riscos políticos, no mínimo, bem conhecidos”, diz um relatório recente do banco. “O rublo russo e a lira turca são dois exemplos dessa descrição. Entre as moedas latino-americanas, nenhuma além do peso mexicano.”

Separadamente, o J.P. Morgan revisou sua perspectiva para a moeda brasileira de “compra” para “neutra”. O banco americano – elegeu o Brasil como uma de suas principais apostas para 2020 em dezembro – nota que as perspectivas de médio prazo do país continuam positivas. No entanto, a deterioração do sentimento de risco e os potenciais efeitos sobre a economia real levaram o banco a interromper a aposta sobre a moeda brasileira.

Foto: Reprodução Google.

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